Principal índice de FIIs, o IFIX, marcou 19 sessões consecutivas de alta, uma valorização de 6,4%
Os fundos imobiliários ganharam diversos adeptos nos últimos tempos; diversos gurus surgiram anunciando a famosa “renda extra”, apenas investindo em FIIs. O desenvolvimento dessa renda passiva se dá através do recebimento de dividendos de cada cota. Mas, agora é o momento propício para aportar em fundos imobiliários?
Desde o final de abril, o iFIX, principal índice de fundos imobiliários da B3, demonstrou alavancagem financeira, emplacando uma sequência de 19 dias consecutivos de altas. O período demonstrou uma valorização de 6,4% e um avanço de quase 200 pontos. No acumulado do mês de maio, até o momento, o índice exibe uma positividade de 4,62%.
No entanto, o cenário atual para as cotas de fundos imobiliários é de preços descontados, ou seja, precificadas em um valor menor do que o normal – cerca de 9%. O causador desse fator são os juros. Atualmente, com a taxa Selic em 13,75%, muitos Fundos de Investimento Imobiliário não conseguem alcançar uma rentabilidade atrativa nesse patamar.
Para Gabriel Câmara, assessor na iHUB Investimentos, o atual momento dos FIIs pode demonstrar uma oportunidade. “Os Fundos de Investimento Imobiliário estão bastante descontados. Portanto, aqueles que investirem agora poderão se beneficiar quando eles retomarem um desempenho positivo, o que ocorrerá quando as taxas de juros começarem a cair”, afirma.
A taxa Selic influencia em todo tipo de FIIs?
A Selic também possui suas implicações no mercado de Fundos Imobiliários, especialmente nos FIIs de papel, já que muitos deles adotam o CDI+ como índice de referência.
Quanto aos FIIs de shoppings, a valorização está diretamente ligada tanto ao poder monetário dos consumidores quanto ao acesso ao crédito por parte dos empresários do setor varejista. Durante períodos de alta na taxa Selic, obter crédito bancário se torna mais difícil, o que afeta tanto a capacidade de expansão das lojas quanto o poder de compra dos clientes
Vale lembrar que os FIIs englobam:
- Fundos de papel
- Fundos de Laje Corporativa
- Fundos de Shopping
- Fundos de Logística
- Fundos de Fundos
- Fundos híbridos
- Fundos de Fazenda
A “desvalorização” é para sempre?
Embora seja verdade que a maioria dos Fundos de Investimento Imobiliário siga essa tendência, os FIIs de papel estão se saindo bem devido à presença de ativos como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e outros. Esses ativos de renda fixa dentro das carteiras dos FIIs de papel têm a capacidade de se valorizar quando as taxas de juros estão altas
A valorização dos Fundos de Investimento Imobiliário é altamente variável, dependendo tanto das características de cada FII, quanto do setor em que está inserido. Essa valorização pode ocorrer em um curto prazo, como uma semana, ou pode demandar um período mais longo, estendendo-se por mais de um ano.
Acompanhado da valorização, estão os tão sonhados dividendos. Mas a desvalorização de uma cota pode impactar o recebível, segundo Câmara, não necessariamente. “Os dividendos estão relacionados aos lucros da empresa, porém a porcentagem pode variar. Por exemplo, se uma cota que pagava 1% e custava R$100, passar a pagar 90%, ela pagará 1,10%”, diz.
Outro ponto de atenção para a valorização dos FIIs são os juros futuros. Eles estão em queda e, adicionalmente, é esperado um corte de juros pelo Banco Central ainda este ano. Essa perspectiva tem levado investidores mais experientes a considerarem novamente a possibilidade de se exporem a esse tipo de ativo.