Luisa Stefani é campeã do WTA 1000, no México

stefani
Festa da vitória. Foto: @wtaguadalajara

Brasileira, que garantiu sua quinta conquista na carreira, segunda de WTA 1000, subiu 162 posições na tabela e entrou no top 60

Após a emocionante final brasileira, Luisa Stefani deu enorme salto no ranking mundial divulgado nesta segunda-feira (24), somando os pontos do título do WTA 1000 de Guadalajara, no México, conquistado ao lado da australiana Storm Sanders. O torneio é um dos mais importantes do ano, perdendo somente para os quatro Grand Slams.

A dupla da medalhista olímpica de bronze com Storm derrotou a paulistana Beatriz Haddad Maia e a cazaque Anna Danilina por 2 sets a 1, com parciais de 7/6 (7-4), 6/7 (2-7) e 10/8, após 1h59min. Luisa subiu 162 posições e aparece no 55º lugar da tabela da WTA, a Associação das Tenistas Profissionais, retornando ao top 100 após sua lesão e cirurgia no joelho, que a obrigou a ficar um ano parada.

Luisa e Storm jogaram o segundo torneio juntas e já alcançaram o primeiro título. A paulistana garantiu sua quinta conquista. Este ano, ela venceu o WTA 250 de Chennai, na Índia, primeira disputa após o retorno de cirurgia no joelho, ao lado da canadense Gabriela Dabrowski. Luisa comemorou seu segundo troféu de WTA 1000. Ano passado ergueu a taça em Montreal, no Canadá, ao lado também de Dabrowski. Ainda foi vice-campeã no WTA 1000 de Cincinnati, nos EUA, e Miami, nos EUA, junto com a norte-americana Hayley Carter. Com o título, Luisa saltou do 217º lugar ao top 60 mundial. A brasileira foi top 10 no começo da temporada.

“Foi muito divertido jogar na frente de vocês a semana toda. Bia e Anna tiveram uma grande semana, se garantiram no Finals, incrível feito. Bia é uma grande inspiração ao tênis brasileiro e para mim. Não é a primeira vez que fico orgulhosa dela, do que vem fazendo e levando o tênis brasileiro a um nível mais alto. Quero agradecer a Storm pelas duas semanas no começo de meu retorno, confiou em mim, estou orgulhosa de nós. Tivemos dois jogos (neste domingo), e estava lá, como se fosse a chefe em quadra. Foi uma grande semana, minha primeira aqui, me senti em casa. Quero agradecer todo meu time também”, disse a brasileira, patrocinada pela Fila, Faros Private XP e XP Investimentos e que conta com os apoios da Liga Tênis 10 e Bolsa Atleta.

Luisa comentou as tensões do jogo decisivo. “Foram muitos altos e baixos. Tivemos uma chance. Saquei com 5 a 3. Muita tensão. Não tinha esse sentimento há muito tempo. Servir para o jogo estava bom, para estar naquela posição. Acabamos perdendo o set e tivemos que nos reagrupar.”

Luisa soma ainda conquistas em 2019 no WTA 250 de Tashkent, no Uzbequistão, e 2020 em Lexington, nos EUA, ambos com Hayley Carter.

Fazendo história na carreira

Luisa, de 25 anos, começou a jogar tênis aos 10 anos, na B.Sports, no bairro de Perdizes, em São Paulo, onde nasceu. Disputou as chaves principais dos quatro Grand Slams juvenis, atingindo as semifinais de duplas do US Open juvenil em 2015, quando chegou a 10a. posição do ranking mundial juvenil.

Foi para os Estados Unidos para estudar e jogar tênis. No circuito universitário jogou pela Pepperdine University, na Califórnia, e atingiu a segunda posição no ranking da ITA (Intercollegiate Tennis Association). Foi nomeada caloura do ano 2015 pela ITA, compilando uma campanha de 40 vitórias e apenas 6 derrotas. Entre 2015 e 2018, ainda no circuito universitário americano, dedicou-se parcialmente ao circuito profissional da ITF, o que não a impediu de conquistar 10 títulos e atingir outras 5 finais de duplas naquele circuito. Terminou 2018 como 215ª. do mundo em duplas e 753ª. em simples.

Optou por trancar a faculdade para disputar o circuito profissional integralmente a partir de meados de 2018. Ganhou destaque nas duplas e começou a colher resultados já em 2019, conquistando um título no WTA de Tashkent, no Uzbequistão, e o vice-campeonato em Seul, na Coréia do Sul, em outubro, com a então nova parceira, a norte-americana Hayley Carter, terminando o ano perto das 70 melhores do mundo.

Em 2020, conquistou o WTA 125 de Newport Beach, na Califórnia e chegou às oitavas de final do Australian Open. Após a quarentena, comemorou o título do WTA de Lexington, nos Estados Unidos. Terminou o ano como a 33ª do mundo, primeira brasileira no top 40 em mais de três décadas. Começou 2021 com a final no WTA 500 de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, alcançando o top 30 – a primeira brasileira desde 1976 – e chegou à segunda decisão em Adelaide e à terceira em Miami, torneio da série WTA 1000. O vice-campeonato em Miami permitiu que Luisa subisse para a 25ª posição no ranking, o melhor de uma brasileira na história desde que o ranking WTA foi criado em 1975. Em junho ganhou mais duas posições – 23º lugar. Conquistou, no fim de julho, a inédita medalha de Bronze Olímpica para o Brasil ao lado de Laura Pigossi. Continuou subindo no ranking e com o vice-campeonato em Cincinnati subiu para 17ª do mundo. Com a semifinal do US Open chegou a ser a 12ª do ranking e posteriormente ocupou o nono lugar na tabela durante o início de 2022.

Open chat
Olá,
Agradecemos o seu contato! Como podemos te ajudar?