Líderes da Oposição protocolam novo pedido de Impeachment de Jair Bolsonaro

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Imagem capturada da coletiva com a participação dos líderes de Oposição e Minoria

As mudanças no Ministério da Defesa e nas Forças Armadas motivaram o novo pedido de impedimento

Os líderes da Oposição e da Minoria do poder legislativo protocolaram, nesta quarta-feira (31), um novo pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Desta vez, o pedido foi motivado pelas saídas do general Fernando Azevedo e Silva do Ministério da Defesa e dos chefes das três Forças Armadas. 

Durante uma coletiva de imprensa virtual, os parlamentares explicaram as diferenças do novo pedido e ainda comentaram sobre os riscos de um golpe de Estado no país.

Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da Oposição no Senado, acredita que a mudança do ministro da Defesa “não foi um ato aleatório”. O senador ainda mencionou que “os fatos dão conta que o então ministro da Defesa não aceitou as intenções golpistas do senhor presidente da República”. 

Nos bastidores acredita-se que a divergência sobre a instauração de Estado de Sítio e o uso político das Forças Armadas tenham motivado as mudanças. Ao comunicar a saída da pasta, Fernando Azevedo e Silva disse em nota: “nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado.”

Essa frase do então ministro soou como um alerta para os opositores do governo. “Isso é mais um dos crimes para encobrir o fracasso do governo”, cravou Rodrigues. Para o senador, a prioridade do brasileiro é “vacina no braço e comida no prato”. O parlamentar voltou a criticar as ações do governo federal com relação à pandemia da Covid-19. Ele é um dos requerentes da instauração da CPI da Covid no Senado.

Jean Paul Prates (PT-RN), líder da Minoria no Senado, defendeu a vacinação ampla e a volta do auxílio emergencial. O senador destacou que o benefício não é um novo programa social e sim, uma verba indenizatória para que as pessoas mais vulneráveis possam ficar em casa. 

“O impeachment é uma necessidade”, defendeu o líder da Minoria na Câmara dos Deputados, Marcelo Freixo (Psol-RJ). Para o líder da Minoria no Congresso, Arlindo Chinaglia (PT-SP), está na hora da mobilização popular para pressionar pela abertura do processo de impedimento do presidente na Câmara dos Deputados.

O pedido é um ato simbólico ou real?

Os parlamentares concordaram que os últimos acontecimentos agravam a avaliação do governo Bolsonaro e a própria condição do presidente seguir ocupando o cargo. Segundo os líderes, não é o momento de discutir ideologias, mas de entender que as normas constitucionais estão sendo feridas pelo atual chefe do executivo.

“Não é um ato simbólico”, reagiu Marcelo Freixo que acredita que o presidente exerce um “domínio frágil” sobre o legislativo.

Golpe de Estado

Alessandro Molon (PSB-RJ), que ocupa a liderança da Oposição na Câmara, ainda disse que “estamos aqui nos insurgindo, não é por acaso que se dá no dia 31 de março, não vemos nenhuma razão de celebrar um dia que trouxe morte e censura”. A data marca o aniversário da Ditadura Militar de 1964 que está sendo celebrada pelo governo de Jair Bolsonaro 

Apesar das medidas não democráticas apontadas pelos parlamentares da oposição durante a coletiva, incluindo a tentativa de usar as forças militares para coagir os outros poderes, prefeitos e governadores, eles não acreditam que Bolsonaro teria força para instaurar um golpe no país.  

Randolfe Rodrigues detalhou: “golpe de Estado é um ato mais complexo. Precisa de apoio popular, que o presidente não tem, apoio de setores, ampla maioria no Congresso e apoio das classes armadas”. Usando o dito popular, o senador disse: “cachorro sardento acuado não morde, no máximo, faz latir”. 

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