Hidrogênio Verde: Brasil e o potencial de ser protagonista

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Durante abertura da Assembleia Geral da ONU, presidente brasileiro posicionou o Brasil no centro da transição energética global; solução nacional pode gerar economia significativa sobre o valor gasto em energia elétrica e gás

Na última quarta-feira, 19, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou ao púlpito da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), vinte anos após seu primeiro discurso na entidade. Durante sua fala, Lula definiu o papel do país como o centro da transição energética global nas discussões e ações para mitigar os efeitos das emissões de gases de efeito estufa.

No discurso, o mandatário afirmou que o desmatamento da Amazônia diminuiu drasticamente nos oito primeiros meses do seu terceiro mandato e ressaltou ainda a preocupação do seu governo com novos modelos de energia.

No mesmo dia, durante a live “Conversa com o Presidente”, transmitida via internet, ele reforçou o discurso da ONU.

“Vamos ser produtores de hidrogênio verde, porque o mundo está necessitando e o Brasil pode ser exportador para o mundo todo. Estamos no centro do mundo quando se discute a transição energética”.

Solução nacional

Uma das soluções brasileiras na jornada de energia sustentável é um reator capaz de gerar tanto energia elétrica quanto gás hidrogênio verde – considerado o principal combustível para setores de alta intensidade energética, cuja descarbonização será atingida por soluções alternativas – de forma independente, sem depender das condições climáticas. A inovação foi desenvolvida pela GDN Innovation e Alta Tecnologia, que tem como missão criar alternativas tecnológicas para a geração de energia com fontes limpas e renováveis.

Para criar o GLE-1000, equipamento de geração de 1 megawatt, a GDN selou uma parceria com a HINE, empresa europeia de fabricação de equipamentos para energia eólica. Entre os principais benefícios do equipamento estão o baixo investimento, redução do impacto ambiental, garantia de 20 anos, tamanho compacto, além da capacidade de geração de energia limpa, tempo de construção, portabilidade, possibilidade de geração de energia ou gás.

Segundo Gabriel D’Amato Neto, CEO da GDN, o equipamento não depende de fatores como sol, vento, biomassa ou grande quantidade de água para funcionar, como ocorre com as matrizes de produção de energia existentes hoje como, fotovoltaica, eólica, termoelétricas e as provenientes das hidrelétricas, respectivamente. “Isso faz parte da nossa estratégia de produzir soluções sustentáveis que possam melhorar a vida das pessoas, empresas e meio ambiente”.

Outro aspecto positivo do GLE-1000 é o seu tamanho – o equipamento possui um diâmetro de 12 metros e uma altura de 9 metros. Apesar de ser um reator/gerador de grande porte, se destaca pela sua mobilidade, podendo ser adequado a espaços reduzidos. “O equipamento pode ser colocado próximo do destino que necessite de energia. Ou seja, não há a necessidade de aguardar as linhas de transmissão chegarem até o GLE-1000, pois ele pode ir próximo à infraestrutura existente. Além disso, pode ocupar um espaço bem pequeno se comparado com as demais matrizes energéticas existentes, sendo suficiente para prover o abastecimento total de uma empresa de grande porte ou cidade”, diz Gabriel.

Capacidade de produção e comercialização

O GLE-1000 será produzido em terras brasileiras e instalado no interior de São Paulo. Atualmente, de acordo com o empreendedor, a capacidade de produção mensal é de cinco unidades, com possibilidade de aumentar esse volume sem grandes dificuldades operacionais.
Além do Brasil, o equipamento patenteado pela GDN, também está sendo produzido lá fora – graças à parceria com a empresa europeia. “A HINE possui fábricas em todos os continentes. No Brasil, a fábrica está localizada no interior de São Paulo e será responsável também pela produção de boa parte do equipamento”.

Antes de ser disponibilizado ao mercado, o GLE-1000 foi levado para a Europa, onde passou por vários testes em laboratório. “Isso foi importante para que a GDN pudesse entender e validar todos os cálculos, além de conferir se a máquina atendia todas as especificações não somente sob o ponto de vista técnico, mas também ambiental. O fato de ter a chancela de uma empresa europeia que é referência em energia verde é algo que ajuda a aumentar a credibilidade do equipamento”, aponta Gabriel. O equipamento já foi testado e aferido pelo Governo de São Paulo através da Cesp, Emae com acompanhamento da Aneel, entre outros testes realizados.

O GLE-1000 será comercializado em formato de locação, no qual a GDN terá como resultado a receita de aluguel proveniente da redução do gasto mensal de energia ou gás da empresa contratante. Gabriel enfatiza que, ao adotar o equipamento, uma empresa pode chegar a ter uma economia de até 50% do valor gasto mensalmente e o retorno do investimento, dependendo do valor, pode retornar em até 10 meses.

As primeiras unidades produzidas no Brasil já têm endereço de entrega: uma indústria especializada na produção de pisos e revestimentos localizada na região de Campinas. Internacionalmente, a GDN assinou contrato para a produção de 20 unidades do GLE-1000 para serem enviados para Portugal em razão da crise energética e dos preços que estão sendo praticados na Europa. “Metade dos equipamentos serão colocados em empresas para consumo próprio e a outra será destinada para um operador de energia local”, conta Gabriel, enfatizando que ainda há várias conversas em andamento tanto localmente quanto no exterior.

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