A doutora Maria Van Kerkhove falou sobre o que se sabe sobre as novas sub-cepas da Omicron e ainda destacou que a taxa de mortalidade segue alta, especialmente, quando o mundo já sabe como se prevenir da Covid-19
A pandemia da Covid-19 ainda é uma realidade no mundo. A vacinação reduziu o número de casos e as hospitalizações em todo o mundo, no entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) mantém o monitoramento global e acompanha de perto a evolução das novas sub-linhagens: a BA. 4, BA. 5 e BA.2.75.
Nesta semana, ao participar do programa da OMS “Science in 5”, a diretora técnica da Organização Mundial da Saúde para a Covid-19, a doutora Maria Van Kerkhove, trouxe algumas explicações sobre as novas cepas do vírus.
Até então, os pesquisadores sabem que as sub-linhagens da Omicron “a BA.4 e BA.5, essas são as mais transmissiveis que já vimos. De fato, a BA.5 tem uma vantagem de crescimento sobre as outras sub linhagens que foram detectadas. Com relação à gravidade, não vimos um aumento na gravidade das pessoas infectadas com BA.5 em comparação com as outras sub linhagens BA.1, BA.2 por exemplo”, disse.
A especialista relatou um aumento importante de casos, na última semana mais de 5,7 milhões foram reportados à OMS, mas o número pode ser maior. Dra Maria pontuou que as ações de vigilância caíram em todo mundo, incluindo a testagem, e “embora os autotestes tenham aumentado em muitos países, isto não tem sido captado pelos sistemas de vigilância”.
Com o aumento de casos, é possível afirmar que alguns países estão experimentando uma nova onda da doença, e de acordo com a diretora, a OMS vem acompanhando de perto a quantidade de pessoas infectadas que precisam de hospitalização, aquelas que são internadas nas UTIs, e ainda os pacientes que estão falecendo.
“Estamos preocupados com o alto nível de mortes que vimos em várias semanas. As mortes estão em média em torno de… são relatadas cerca de 10.000 por semana e isso é realmente muito alto. Quando nós temos ferramentas que podem realmente prevenir as mortes”.
Mesmo com a flexibilização de medidas preventivas em todo mundo, a epidemiologista lembra que o risco ainda existe, e um dos fatores que ainda impulsiona a pandemia é a falta de acesso às vacinas em várias partes do mundo. “Você tem que lembrar que existem centenas de milhões, senão bilhões de pessoas, que não receberam um curso completo de vacina ainda. Em 2,5 anos nesta pandemia, eles correm maior risco de doenças graves e morte. Mas também temos que reduzir a propagação. Então você pode não estar em uma população de risco, mas talvez seus entes queridos.”
Dessa forma, a diretora da OMS faz um apelo para que as pessoas sigam se cuidando e isso inclui manter o uso das máscaras, evitar aglomerações e trabalhar em casa quando não estiver bem. “Precisamos continuar atentos, precisamos ser cautelosos, viver nossas vidas, viver nossas vidas com responsabilidade e segurança”, finalizou.