Câmara Legislativa debate infestação de carrapatos no DF

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Foto: Eurico Eduardo/Agência CLDF

Audiência Pública realizada hoje (28) na Câmara Legislativa colocou em pauta a infestação de carrapatos e busca não penalizar as capivaras no DF

Um assunto que preocupa tutores de cães e gatos foi tema de debate na Câmara Legislativa nesta quinta-feira (28). Para que o Distrito Federal não viva uma infestação de carrapatos, o deputado Ricardo Vale (PT) propôs a realização da audiência pública, e cobrou uma política clara para que as “doenças vindas de carrapatos não cheguem no DF.”

O parlamentar ainda reforçou em discurso que as capivaras não podem ser penalizadas. “A gente escuta algumas autoridades do Governo dizendo que a quantidade populacional de capivaras é a mesma e pessoas dizendo que as capivaras estão invadindo a área urbana, indo nos clubes, atravessando pistas. Precisamos tranquilizar a população sobre isso.”

O Instituto Brasília Ambiental também esteve representado da audiência pelo presidente da autarquia, Rôney Nemer, que também destacou a perseguição contra as capivaras.  “Fala-se mais dessa espécie do que dos próprios carrapatos que podem ocasionar doença, em contato com o ser humano, caso estejam contaminados pela bactéria Rickettsia rickettsii. E não são somente elas as hospedeiras, como também os eqüinos, cães, gatos e roedores. Tanto que, no estudo realizado por 15 meses, no qual o Brasília Ambiental participou junto com a Sema (Secretaria de Meio Ambiente e Proteção Animal) e a Católica (Universidade Católica de Brasília), onde mais se encontrou carrapatos, ao longo da orla, foi na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Lago Norte, sendo que, no local, havia a presença apenas de eqüinos”, alertou o dirigente do Instituto.

Quando a febre maculosa, transmitida pelo carrapato, apareceu nos noticiários, a capivara surgiu como o possível vetor de transmissão e a preocupação em conter o animal virou pauta.

A coordenadora do estudo de identificação e monitoramento da população de capivaras da orla do Lago, professora Morgana Bruno, da Universidade Católica de Brasília (UCB), destacou os aspectos que devem ser considerados quando se fala em controle populacional. “Todo animal na natureza vive de forma limitada. Capivaras competem entre si mesmas, por alimentação, brigas, morrem de doenças. Tem ainda o fato de que o Lago Paranoá conta com seis afluentes. Ou seja, tirando-os da orla, não há como impedir o fluxo”, disse a docente.

A professora apontou ainda, por meio de suas pesquisas, que é possível a adoção de carrapaticidas para evitar a proliferação dos parasitas, como um meio de solução para o problema, contudo é necessário avanços nos estudos quanto à viabilidade dessa ação.

Tanto a representante da pasta do meio ambiente quanto o subsecretário fizeram questão de informar a todos os presentes no evento que os órgãos distritais possuem preparo técnico, seguindo rigorosos protocolos, além de ações protetivas e de controle. E, desde maio de 2023, quando surgiram casos de mortes por febre maculosa em outro estado brasileiro, vêm realizando reuniões, com maior frequência, com a sociedade para atendimento das demandas dos mais diversos setores e com os esclarecimentos que se fazem necessários.

Vale ressaltar ainda que, segundo a Secretaria de Saúde, o Distrito Federal não registra caso de febre maculosa há 20 anos.

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