Brasil sobe de posição no ranking de inovação

O Brasil subiu quatro posições no Índice Global de Inovação (IGI). O país aparece em  62ª no ranking que mede o desempenho em inovação em 131 economias. A liderança neste ano ficou com a Suíça, os americanos aparecem em terceiro. A Índia, que vem progredindo nos últimos anos, está no top 50 pela primeira vez.

O IGI também indica que a covid-19 reduziu os investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e o impacto na escassez do financiamento deverá ser sentido, em especial, em startups em estágios iniciais.

Percebe-se um aumento na colaboração científica internacional. Pesquisadores estão buscando aliados para evitar a interrupção dos projetos. A pandemia acelerou a inovação em muitos setores, novos ou tradicionais, como saúde, educação e turismo. 

“Existem agora riscos genuínos para a abertura e colaboração internacional na inovação. Diante de desafios sem precedentes, sejam eles sanitários, ambientais, econômicos ou sociais, o mundo precisa unir esforços e recursos para garantir o financiamento contínuo da inovação ”, afirma o Diretor Executivo de Índices Globais do INSEAD Bruno Lanvin.

O Índice Global de Inovação é uma iniciativa da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (WIPO), Universidade de Cornell e do Insead. No Brasil, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) é parceira do levantamento. 

Desempenho brasileiro

Ainda de acordo com o ranking, o Brasil subiu uma posição no sub-índice de Insumos de Inovação, ocupando o 59º lugar no mundo. Movimentos positivos foram observados em Infraestrutura e Sofisticação nos Negócios, com destaques para os sub-pilares Conhecimento dos Trabalhadores, resultado de uma combinação de crescimento de performance em Emprego intensivo em Conhecimento, Gastos Privados em P&D como percentual do PIB e Mulheres Empregadas em Graus Avançadas, com falta de dados para sustentar o indicador de Empresas que oferecem treinamento formal.

No sub-índice de Resultados da Inovação, o Brasil subiu três posições, passando a ocupar a 64ª posição. Destacam-se, ainda, os avanços nos sub-pilares Impacto do Conhecimento e Difusão do Conhecimento, devido, principalmente, aos crescimentos nos indicadores Novos Negócios, Manufatura de alta e média-alta intensidade tecnológica, ganhos com propriedade intelectual e Exportação de serviços de TICs.

Foto: Rafael Navarro, presidente da ANPEI

Avaliação da ANPEI

A Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (ANPEI) avalia que o país pode melhorar seu posicionamento por meio da gestão do conhecimento e da inovação.

Segundo o presidente da instituição, Rafael Navarro, a pandemia do novo coronavírus, trouxe uma necessidade de adaptação e “ a conexão entre governo, empresas, universidades e startups, que buscaram soluções para os desafios atuais. As empresas estão, neste contexto, unindo esforços por meio de parcerias com o ecossistema de inovação. Com isso, além da potencial redução de investimentos individuais, o resultado final chega mais rapidamente. A pandemia trouxe flexibilidade nas cooperações e velocidade para muitas iniciativas que levariam anos para serem implementadas. Embora exista um lado competitivo, o olhar de colaboração tem se sobressaído”.   

O presidente segue otimista para a evolução do país quando se trata de inovar. “O Brasil dispõe de vários instrumentos de fomento e incentivos fiscais, como a Lei do Bem e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que, embora precisem de aprimoramentos, são importantes para manter o crescimento dos índices de inovação no país. No entanto, especificamente no que tange ao FNDCT, é importante desburocratizar e liberar o recurso represado, e a ANPEI tem trabalhado intensamente nesse aspecto.”, finaliza.

 

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