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Em condições naturais, o solo do Cerrado pode não ser favorável para produção de mudas de tarumarana, sendo necessário elevar a saturação por bases e adição calcário e fósforo
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Fertilização adequada do solo pode gerar produção mais rápida e lucrativa e aumentar diversidade de espécies nos viveiros usadas em projetos de restauração
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Estudo aponta benefícios para o viveirista, que ao saber mais sobre o processo de produção, garantirá mudas nutricionalmente mais vigorosas e saudáveis
Espécie nativa do Cerrado brasileiro, a tarumarana (Buchenavia tomentosa Eichler) é reconhecida por seu potencial para recomposição de áreas degradadas. Pesquisadores da Universidade de Cuiabá (Unic) concluíram que adicionar adubo fosfatado e calcário pode acelerar a fertilidade e a produção de mudas desta árvore, que tem seu desenvolvimento atrasado por causa das condições naturais do solo do bioma. Os resultados estão publicados na Revista do Instituto Florestal na segunda-feira (3).
Os pesquisadores coletaram sementes de tarumarana em área de plantação nativa. Como elas apresentam dormência – fenômeno em que as sementes, mesmo com condições ambientais, demoram mais para germinar -, os frutos foram deixados em água por 48 horas e, em seguida, submetidos a escarificação química. As mudas foram submetidas a diferentes níveis de saturação por bases e de adição de adubo fosfatado. Após 90 dias, foram analisadas características como altura e diâmetro.
“Considerando que altura e diâmetro são duas das características morfológicas mais utilizadas para indicar se a muda apresenta crescimento suficiente para ser plantada no campo, bem como sua qualidade, pode-se dizer que os resultados comprovam que esta complementação nutricional do solo seja uma prática necessária para a produção de mudas de tarumarana com qualidade para plantio”, explica a engenheira florestal Cristiane Vieira, uma das autoras do artigo.
O fenômeno de dormência das sementes de tarumarana torna o processo de produção de mudas mais demorado, não sendo atrativa para os viveiros. Os resultados trazidos pela pesquisa permitirão a produção da espécie de forma mais rápida e mais lucrativa, aumentando a diversidade de espécies que podem ser encontradas nos viveiros para serem implantadas em projetos de restauração de áreas. Além disso, o conhecimento acerca da nutrição do solo e crescimento das plantas, em um contexto geral, permite a produção de mudas em menos tempo, se comparado às mudas que não são submetidas às condições favoráveis durante sua fase de formação. “Isso possibilita a produção de mais mudas ao longo do ano e, dessa forma, consegue-se aumento em quantidade e qualidade. Consequentemente, aumentam-se os ganhos com a sua venda”, afirma a pesquisadora.
As pesquisadoras acreditam que os resultados do estudo também tragam benefícios para o viveirista, que ao saber mais sobre o processo de produção, garantirá mudas nutricionalmente mais vigorosas e saudáveis. “Com isso, é possível produzir mudas com características morfológicas, fisiológicas e sanitárias adequadas para o plantio, reduzindo índices de mortalidade das árvores. Isso proporciona uma restauração mais eficiente”, acrescenta Vieira.
Segundo a autora, é importante que os projetos de restauração busquem o plantio de espécies com frutos atrativos para animais, como é o caso da tarumarana. “Uma área será realmente considerada ‘restaurada’, a partir do momento em que não apenas se observa sua revegetação, mas, a volta das espécies de animais comuns do local”, enfatiza.
Fonte: Agência Bori