Aprendizado baseado em projetos incentiva o protagonismo estudantil e pode trazer soluções comunitárias

Regina Silva. Foto: Divulgação

As metodologias ativas de aprendizagem buscam incentivar os estudantes a se tornarem protagonistas em suas caminhadas educacionais. Diversas abordagens podem ser utilizadas com esse objetivo, dentro e fora da sala de aula. Gosto de destacar a aprendizagem baseada em projetos (ABP), que desafia os estudantes a atuarem de forma colaborativa para solucionar um problema real com a possibilidade de aprendizado do conteúdo abordado de forma prática – que pode ser proposta e adotada por meio de planos de aula personalizados, por exemplo.

As primeiras menções à ABP no Brasil apareceram nas obras traduzidas por Anísio Teixeira, famoso educador da década de 1930. Mas este método foi desenvolvido ao longo dos anos por diversos autores que se basearam nas ideias pioneiras do filósofo e pedagogo norte-americano John Dewey.

Na ABP, os alunos têm o poder de escolha sobre o projeto que será trabalhado por seu grupo, assim como sobre os métodos que serão utilizados em seu desenvolvimento, sempre apoiados na premissa do protagonismo. Esses estudantes são incentivados a realizar ações lançando mão da investigação dos fatos e da organização de suas tarefas com autonomia. Sempre de uma maneira empolgante e inovadora! Já o professor age como orientador e facilitador, estimulando o pensamento. Como possíveis resultados, destaco soluções e oferecer melhorias que podem ser aplicadas às próprias comunidades em que esses alunos e professores estão inseridos.

Ao meu ver, outra vantagem é que a metodologia pode ser empregada no âmbito de qualquer componente curricular e em qualquer ano escolar, de maneira interdisciplinar, por envolver diversas áreas de conhecimento, como Linguagens, Matemática e Ciências da Natureza. Com isso, a metodologia ABP contribui para o trabalho em equipe e estímulo ao senso de investigação e curiosidade, algumas das competências estipuladas pela BNCC (Base Nacional Comum Curricular)

Já a participação da coordenadoria pedagógica é primordial para alinhar objetivos, verificar a disponibilidade de recursos e para definir as etapas de execução do projeto. Essa integração entre alunos e docentes é fundamental para a execução do programa, assim como o apoio à escolha do tema ou da questão-problema inicial, momento que demanda criatividade e estímulo do professor. A opção da tese a ser investigada deve também levar em conta a disponibilidade de cenários e de recursos, e, atualmente, existem diversas alternativas com materiais e ferramentas para a aplicação desta metodologia, incluindo a compra ou a locação de kits para tornar os trabalhos mais lúdicos e instigantes.

As novas gerações têm maior facilidade de aprendizado quando envolvemos dinâmicas e ações que saem do ensino tradicional e fortalecem a integração entre as áreas de conhecimento para o desenvolvimento de projetos interdisciplinares. As novidades costumam ser recebidas por esses jovens com naturalidade e animação, e para conquistar sua atenção, interesse e engajamento é preciso que a educação seja vivenciada em um sentido amplo, fortalecendo o vínculo entre todas as partes e oferecendo oportunidades que propiciem um ambiente pedagógico de colaboração. Incentivando o protagonismo estudantil, os resultados poderão ser vistos não apenas na sala de aula, mas na sociedade em que vivemos.

Regina Silva é diretora Pedagógica do Educacional – Ecossistema de Tecnologia e Inovação, área de negócios da Positivo Tecnologia dedicados à educação.

Contexto Livre é uma coluna rotativa, de assuntos diversos escrita por pessoas bacanas que tenham algo legal e inspirador pra compartilhar.

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