
Iniciativas do GDF ampliam espaços de venda, fortalecem artesãos e artesãs e impulsionam a economia criativa no fim de ano
Quem busca presentes de Natal criativos, afetivos e com identidade local encontra nas lojas colaborativas de artesanato do Distrito Federal uma alternativa que vai além do consumo tradicional. Projetos mantidos pelo Governo do DF reúnem peças autorais produzidas por artesãos e artesãs brasilienses, com preços acessíveis, diversidade de técnicas e forte conexão com a cultura do Cerrado e do Quadradinho.
Atualmente, o público pode encontrar os produtos nas lojas Artesanato de Brasília, presentes no Pátio Brasil, no Alameda Shopping e na Feira do Guará, além da Loja Colaborativa Cerrado Feminino, instalada na Feira da Torre de TV. As iniciativas têm em comum o fortalecimento da economia criativa, a geração de renda e a valorização do trabalho manual local.
Lojas Artesanato de Brasília reúnem diversidade e identidade cultural
Criado em 2019, o projeto Artesanato de Brasília, mantido pela Secretaria de Turismo do Distrito Federal (Setur-DF), oferece peças inspiradas na pluralidade cultural da capital. Cada unidade expõe artigos de 30 artesãos selecionados por chamamento público, com funcionamento conforme o horário dos centros comerciais.
Nas prateleiras, é possível encontrar desde itens clássicos, como ímãs, chaveiros e canecas com monumentos brasilienses, até cerâmicas inspiradas no Cerrado, bonecas artesanais, joias em papel machê, origami, peças em madeira, barro, metal torcido, crochê, renda e patchwork.
Segundo o chefe da Unidade de Promoção do Artesanato e do Trabalho Manual (Unart) da Setur-DF, Klever Antunes, a proposta é permitir que o consumidor leve um pedaço de Brasília para casa. “O tíquete médio gira em torno de R$ 70, mas há produtos a partir de R$ 15 e peças mais elaboradas que chegam a R$ 800”, explica.
Artesãos atendem o público e mostram o processo criativo

Além da venda, as lojas promovem uma experiência direta com os criadores. Por meio do projeto Vitrine Viva, os próprios artesãos atendem o público às sextas-feiras e aos sábados, produzindo as peças no local.
O artesão Samuel Henrique Germano, que trabalha com origami, destaca que o espaço funciona como um laboratório criativo.
“Aqui conseguimos testar produtos, entender preços e descobrir novos públicos. É fundamental para quem está começando ou aprimorando técnicas”, afirma.
Já a artesã Cristina Serafim, que confecciona bolsas e peças de vestuário em patchwork, conta que a loja mudou sua trajetória profissional. “Antes, eu vendia de forma informal. Hoje, o artesanato é minha principal ocupação. O Natal é um período muito positivo para as vendas”, relata.
Cerrado Feminino fortalece mulheres artesãs na Feira da Torre
Outra opção de compra natalina com impacto social é a Loja Colaborativa Cerrado Feminino, iniciativa da Secretaria da Mulher, em parceria com o Sebrae-DF e o Instituto BRB. O espaço funciona aos sábados e domingos, das 9h às 17h, nos boxes 95 e 96 do Bloco C da Feira da Torre de TV.
Inaugurada em junho, a loja reúne 21 artesãs do DF, selecionadas por chamamento público, e vai além da comercialização. Segundo a subsecretária de Promoção das Mulheres, Renata Daguiar, as participantes recebem capacitação em empreendedorismo, marketing digital e vendas.
“O impacto é visível: houve um aumento superior a 100% nas vendas em comparação ao modelo anterior. Além da renda, as artesãs saem mais qualificadas e fortalecidas para o mercado”, destaca.
Histórias que transformam renda em reconhecimento
Entre as expositoras está Telma Carvalho, de 72 anos, moradora de Taguatinga, que trabalha com crochê e bordado.
“Essa loja é tudo de bom: é terapia, complemento de renda e reconhecimento. A Feira da Torre recebe turistas de todo lugar”, diz.
A artesã Evaneide Diamantino, que produz bolsas, acessórios e bonecos de amigurumi, conta que começou no artesanato após cursos na Casa da Mulher Brasileira. “O processo de curadoria ajudou a melhorar acabamento e qualidade. Estar aqui é uma conquista”, afirma.
O público também aprova. A aposentada Maria de Jesus Silva destaca o valor simbólico das peças. “É coisa feita pelos nossos artesãos. Eu gosto de valorizar esse trabalho”, afirma.
Economia criativa em crescimento no DF
Atualmente, o Distrito Federal conta com mais de 15 mil artesãos e 4,2 mil manualistas cadastrados. Segundo a Setur-DF, o setor registrou crescimento de 33% nas vendas em 2024, com arrecadação superior a R$ 2 milhões, beneficiando cerca de 1,5 mil famílias.
Para 2025, a expectativa é ampliar o número de lojas fixas e criar um modelo itinerante, levando o artesanato brasiliense a pontos com grande fluxo turístico, como os setores de Embaixadas Norte e Sul.




















