Estamos cada vez mais inseridos na era digital. O uso da tecnologia nas empresas está em franca expansão, devido aos fortes benefícios de produtividade, eficiência e eficácia proporcionadas à gestão de um negócio. No entanto, é essencial manter em dia os cuidados, visando garantir a segurança e proteção máxima de dados, registros e, principalmente, dos usuários. Para essa finalidade, um conjunto de práticas podem ser adotadas – e a higiene cibernética é uma delas.
O conceito de higiene cibernética refere-se a um conjunto de ações adotadas para melhorar a segurança online e garantir a integridade e proteção das informações, buscando impedir a invasão de cibercriminosos – sendo essa uma preocupação latente das organizações. Afinal, segundo o levantamento realizado pela Fortinet, só no primeiro semestre de 2022 o Brasil registrou 31,5 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos a empresas.
Diante desse fato, a segurança é o principal desafio a ser superado pelas organizações. Muitas empresas até investem em firewall, mas se limitam nisso, o que não é suficiente. É fundamental manter as atualizações do sistema em dia e fazer outros ajustes contínuos para garantir a total segurança, à medida que novas ameaças sempre vão surgindo.
Deste modo, a higiene cibernética vem ao encontro dessa lacuna por, justamente, ajudar a colocar em prática diretrizes protetivas eficientes. E, embora essa tarefa possa a princípio parecer difícil, por exigir mudanças estruturais e culturais das organizações, existem algumas dicas importantes para guiar essa jornada:
# 1 Contrate uma equipe especializada: ataques virtuais podem acontecer a todo instante. Neste aspecto, contar com o apoio de um time especializado nos serviços de segurança da informação digital ajuda a garantir um monitoramento integral, o que traz ainda mais proteção.
# 2 Faça o controle do backup: os cibercriminosos ficam à espreita a todo instante no aguardo de alguma brecha para atuarem. E, considerando as probabilidades de falhas humanas em processos, é essencial ter em dia o backup das informações e verificar periodicamente se o sistema está funcionando no armazenamento de dados, prevenindo futuras ameaças.
# 3 Invista no treinamento dos usuários: os colaboradores são os que mais se expõem. Por isso, é importante treiná-los e instruí-los para identificarem ameaças, tais como links suspeitos, recebimento de documentos vinculados ao e-mail, entre tantos outros exemplos que podem ser ações de golpistas.
# 4 Adote políticas restritivas de seguranças: um dos pilares da higiene cibernética é melhorar a segurança e viabilizar medidas protetivas. Portanto, é importante garantir a individualidade de acessos por meio de senhas intransferíveis, algo que ajuda a identificar mais facilmente a possível origem do problema.
#5 Tenha um plano de resposta para incidentes: esteja preparado para o que der e vier. O segredo para sair de uma crise é o quão bem-preparado se está para lidar com ela. Ou seja, defina um mapa de escopo, projetando o plano central para todo o time seguir diante de anormalidades.
Em suma, a higiene cibernética prevê que cada uma dessas etapas ocorra simultaneamente, afinal, assim como é vital ter hábitos saudáveis para garantir maior qualidade de vida, o mesmo se aplica para o conceito em si, que atua nas operações desempenhadas no ambiente virtual.
Além disso, o seu uso ganha ainda mais relevância considerando os novos modelos de trabalho – híbrido e home-office – que ganharam força em razão da pandemia e, consequentemente, fizeram crescer a utilização da internet como principal meio de acesso, favorecendo o espaço propício para ataques cibernéticos. Não à toa, no terceiro trimestre de 2022, esses crimes aumentaram 37%, de acordo com o levantamento feito pela Check Point Research.
Todavia, é importante salientar que o sucesso da higiene cibernética dependerá das mudanças e conscientização da empresa em prol da aplicação do conceito na prática. Isso é: de nada resolve compreender a importância da segurança, sem que haja ações efetivas e diárias de cuidado com os sistemas em rede, garantindo a proteção da empresa e dos usuários. Começar com bons hábitos é o primeiro passo.
Diogo Fernandes é DPO e responsável pela infraestrutura do Grupo Skill.
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