As mulheres vêm conquistando um espaço cada vez maior na esfera profissional, e essa evolução também acontece no empreendedorismo. Segundo um estudo divulgado em 2021 pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM), em parceria com o Sebrae, no último ano houve um crescimento de 55% de empreendedores no Brasil, sendo as mulheres responsáveis por 49% desse aumento. Isso se deve ao desenvolvimento de oportunidades e às iniciativas que surgem em um período que muito se fala sobre a importância da inclusão social em ambientes corporativos mais diversos.
Vale destacar ainda que a luta das mulheres por oportunidades no mercado de trabalho perdura há séculos. Hoje elas representam 34% no número total de empreendedores, valor que já chegou a 34,8% em 2019, antes da pandemia, segundo dados do Sebrae. Portanto, considerando essa disparidade de gênero, é esperado que mulheres possuam maiores dificuldades para empreender, tornando essa jornada desafiadora.
Por outro lado, um modelo de negócio que vem atribuindo cada dia mais espaço e visibilidade para as mulheres são as startups. O Brasil possui cerca de 13,7 mil empresas cadastradas em atividades, mas apenas 25% possuem colaboradoras femininas, e 16,9% são fundadas por mulheres, de acordo com Associação Brasileira de Startups (Abstartups) em 2021. Por conta dos baixos números, algumas empresas passaram a oferecer programas de incentivo para contratações de mulheres, o que gera mais confiança e abre espaço para um local mais diverso e inclusivo.
Esses incentivos são fundamentais para a inclusão social em ambientes corporativos, já que diversidade nas empresas, além de justo e necessário, também é um ato tecnológico e inovador. Falar sobre o tema é importante e lançar ideias e programas é fundamental para o crescimento e desenvolvimento das empresas, já que um ambiente diverso apresenta também uma diversidade de possibilidades. A troca de experiências e a presença de diferentes pontos de vista são fundamentais para um terreno propício à inovação.
Felizmente, as empresas estão cada dia se voltando mais para causas sociais que dizem respeito à diversidade. Acredito que caminhamos para um futuro que contará com um mercado de trabalho mais inclusivo, assim como todas as outras esferas da sociedade. Apresentar e falar sobre mulheres que foram e continuam sendo importantes para a história da tecnologia e do empreendedorismo pode despertar em outras mulheres e em pequenas meninas uma curiosidade e um amor por empreender, garantindo, assim, um leque maior de oportunidades para elas. Segundo pesquisa da KPMG, em parceria com Harvey Nash, em 2021 as mulheres representavam cerca de 20% do quadro de funcionários em empresas de tecnologia no Brasil. Os números ainda são baixos, mas felizmente estão em ritmo de crescimento – inclusive, se comparado com a toda a América Latina, o Brasil conta com 4 pontos percentuais à frente nesse cenário.
Mostrar para as mulheres que elas podem e são capazes de terem o próprio negócio, de estarem à frente de grandes empresas ou de fazerem parte de uma equipe é fundamental para que elas entendam que isso é sim possível de ser feito. As boas iniciativas e os programas de inclusão fazem a diferença – tenho certeza de que todos os dias essas ações movem outras. Um ambiente diverso tende a gerar mais engajamento e se tornar mais inovador.
Victoria Di Giorgio é Sócia e Product Manager do DeliRec.
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