Startup brasileira revoluciona o sistema de gestão de saúde

Créditos: Arquivo/Agência Brasil

Uma pesquisa publicada no Journal of Bioeconomics and Sustainability em 2017 revelou que as ineficiências na Atenção Primária à Saúde, incluindo o absenteísmo, causam um desperdício de R$ 35,8 bilhões no orçamento do SUS. Outro estudo, apresentado no 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva em 2023, analisou a eficiência da APS nas capitais brasileiras, comparando diferentes modelos de gestão. Os resultados indicaram a necessidade de adotar modelos mais integrados e participativos para melhorar a alocação de recursos e os resultados em saúde.

Diante desse cenário, surgiu na Paraíba a DHF, uma startup que desenvolve soluções tecnológicas para aprimorar a gestão pública em saúde. A empresa foi criada para combater o absenteísmo de pacientes, um dos principais fatores de desperdício de recursos no SUS. Com um modelo de negócio SaaS (Software as a Service) direcionado ao segmento B2G (Business to Government), a DHF oferece ferramentas personalizadas para otimizar a administração da saúde municipal.

Estudos nacionais indicam que entre 20% e 40% dos agendamentos na saúde pública resultam em faltas não justificadas, gerando prejuízos bilionários anualmente. Wânderson Pio, CEO da DHF, explica que a falta de dados estruturados dificulta a gestão eficiente, levando ao desperdício de recursos e prejudicando a qualidade do atendimento. A ideia de criar a DHF surgiu durante uma disciplina acadêmica sobre empreendedorismo, na qual Pio e seus sócios, Arthur Alcântara e Mateus Cunha, analisaram os desafios operacionais de uma instituição de saúde em Campina Grande. Eles identificaram problemas como altas taxas de absenteísmo, filas longas e falhas na comunicação entre serviços de saúde e população.

Essas deficiências não apenas geraram perdas financeiras, mas também impactaram negativamente a saúde dos pacientes, com casos de diagnósticos tardios e agravamento de doenças. Motivados por essa realidade, os fundadores desenvolveram uma plataforma que integra inteligência artificial e machine learning para melhorar a gestão da saúde pública. A DHF atua em duas frentes: oferecendo às secretarias municipais um sistema web que centraliza informações, monitora filas de espera e permite o envio de campanhas direcionadas, e disponibilizando para a população a assistente virtual Celina.

Celina, nomeada em homenagem à epidemiologista Celina Turchi, opera via WhatsApp e auxilia os usuários no agendamento de consultas, avaliação de serviços, recebimento de lembretes e acompanhamento de protocolos de saúde. Com essas soluções, a DHF busca reduzir as falhas no sistema, melhorar a eficiência operacional e garantir um atendimento mais ágil e transparente para a população.