Especialista analisa as estratégias de Lula e Bolsonaro na disputa para vencer a corrida presidencial no dia 30 de outubro
Com a corrida eleitoral para o segundo turno a todo vapor, os dois candidatos à presidência do Brasil têm uma missão em comum: ser o preferido dos votos indecisos, esses podem fazer a diferença no resultado do pleito no dia 30 de outubro.
Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro compartilham outra semelhança: os dois possuem um forte poder de comunicação com o seu eleitorado. No entanto, para subir a rampa do Planalto em janeiro, os candidatos precisarão de estratégia e eficiência. “Neste momento em que cada voto faz toda a diferença, mais importante do que falar é preciso saber como e para quem falar”, afirma Fabiana Teixeira, especialista em comunicação.
O primeiro passo, de acordo com a especialista, é transmitir a mensagem de forma clara e ter um discurso que engaje os eleitores pode ter um peso determinante no resultado. Uma vez que tudo o que fazemos comunica algo, a capacidade de conexão com o interlocutor é essencial.
Nos debates que antecederam o primeiro turno, ambos os candidatos deixaram a desejar neste quesito, esquecendo quem queriam conquistar. Se perderam nas agressões não dando espaço para a apresentação de ideias e propostas, adotando uma postura muito mais ofensiva.
Segundo a especialista, no conjunto da comunicação que envolve dicção, tom de voz, expressão corporal, controle emocional e conteúdo cada um dos candidatos tem seu estilo com pontos fortes e outros que necessitam ser desenvolvidos.
“Lula tem um apelo popular grande. Chegou a ser chamado por um oponente, em um dos debates, de encantador de serpentes – um reconhecimento ao seu poder de oratória. Ele tem uma fala simples, que aproxima o discurso e ainda coloca um toque de emoção, o que gera conexão com o público por meio da narrativa e da linguagem corporal. A dicção é o ponto fraco de Lula e a fala, que está mais fraca, também atrapalha a compreensão enfraquece a mensagem”, analisa.
Ainda segundo Fabiana Teixeira, o presidente Jair Bolsonaro também tem um discurso simples que gera conexão com o eleitor. “A voz é compatível ao tipo físico e a postura. A fala muitas vezes é carregada na emoção e crenças, mas a agressividade e o tom irônico adotados nas entrevistas e, também, nos debates, enfraquecem a mensagem”, afirma a especialista.
Em uma eleição marcada pela polarização, é o momento de comunicar melhor e de forma mais eficiente. “Os candidatos precisam agora conquistar os eleitores de forma racional. É o momento de dosar o tom dos discursos e críticas e apostar numa mensagem mais propositiva, já que precisam convencer aqueles que ainda não os apoiam”, finaliza.