OMS apresenta novo relatório que destaca o progresso no combate a doenças tropicais negligenciadas
Hoje (30), no Dia Mundial das Doenças Tropicais Negligenciadas (NTD) , a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulga um novo relatório de progresso, intitulado “Relatório global sobre doenças tropicais negligenciadas 2023”, destacando o progresso e os desafios na prestação de cuidados com DTN em todo o mundo, em um cenário de Covid-19.
As DTN continuam a afetar desproporcionalmente os membros mais pobres da comunidade global, principalmente em áreas onde a segurança da água, o saneamento e o acesso aos cuidados de saúde são inadequados. Embora até 179 países e territórios tenham relatado pelo menos um caso de DTN em 2021, 16 países representaram 80% da carga global de DTN. Estima-se que cerca de 1,65 bilhão de pessoas necessitem de tratamento para pelo menos uma DTN, globalmente.
O novo relatório de progresso mostra que o número de pessoas que necessitam de intervenções em DTN caiu 80 milhões entre 2020 e 2021, e oito países foram certificados ou validados como tendo eliminado uma DTN somente em 2022. Em dezembro de 2022, 47 países haviam eliminado pelo menos uma DTN e mais países estavam no processo de atingir essa meta.
As realizações alcançadas em 2021-2022 se baseiam em uma década de progresso significativo. Em 2021, 25% menos pessoas precisaram de intervenções contra DTNs do que em 2010, e mais de um bilhão de pessoas foram tratadas para DTNs a cada ano entre 2016 e 2019 por meio de intervenções de tratamento em massa.
“Em todo o mundo, milhões de pessoas foram libertadas do fardo de doenças tropicais negligenciadas, que mantêm as pessoas presas em ciclos de pobreza e estigma”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “Mas, como mostra este relatório de progresso, ainda temos muito trabalho a fazer. A boa notícia é que temos as ferramentas e o know-how não apenas para salvar vidas e prevenir o sofrimento, mas também para livrar comunidades e países inteiros dessas doenças. É hora de agir agora, agir em conjunto e investir nas DTNs.”
O relatório também observa o impacto significativo do COVID-19 nas intervenções baseadas na comunidade e no acesso às unidades de saúde, bem como nas cadeias de suprimentos de produtos de saúde. Isso levou a 34% menos pessoas recebendo tratamento para DTN entre 2019 e 2020, mesmo que uma retomada geral das atividades tenha permitido um aumento de 11% na recuperação em 2021, quando aproximadamente 900 milhões de pessoas foram tratadas.
Investir no combate às doenças tropicais negligenciadas
O novo relatório enfatiza maiores esforços e investimentos necessários para reverter atrasos e acelerar o progresso em direção às metas do roteiro das DTN até 2030. as metas do roteiro das DTN e permitir que os países cumpram seus compromissos de fornecer serviços de qualidade às DTN às populações afetadas.
A colaboração e as parcerias multissetoriais são vitais para que isso aconteça. Na semana passada, a OMS e a Gilead Sciences assinaram um novo acordo para a doação de 304.700 frascos de AmBisome (anfotericina B lipossômica para injeção) para o tratamento da leishmaniose visceral nos países mais afetados pela doença, estendendo o acordo anterior até 2025. O novo a colaboração de três anos é estimada em US$ 11,3 milhões e também prevê apoio financeiro à OMS.
A OMS insta mais parceiros e doadores a se apresentarem e preencherem as lacunas existentes que impedem a implementação em larga escala das atividades de DTN nos níveis global e local. No final desta semana, a 152ª sessão do Conselho Executivo da OMS considerará a admissão do Carter Center em relações oficiais com a OMS.
O trabalho da OMS sobre DTN em 2021 e 2022 resultou em mais de 100 diretrizes científicas, ferramentas e outros produtos de informação para ajudar a comunidade global de DTN, incluindo os países necessitados. A plataforma Open WHO iniciou um canal NTD oferecendo 36 cursos de treinamento para profissionais de saúde em 19 assuntos separados. A OMS continua a avaliar e aprovar novos medicamentos para o tratamento de doenças tropicais negligenciadas e trabalha firmemente para garantir a equidade e os direitos humanos em todos os serviços de DTN.
No Dia Mundial das DTN sob o tema “Aja agora. Agir em conjunto. Invista no combate às doenças tropicais negligenciadas”, a OMS pede a todos, incluindo líderes e comunidades, que enfrentem as desigualdades que impulsionam as DTNs e façam investimentos ousados e sustentáveis para libertar as comunidades mais vulneráveis do mundo afetadas por DTNs de um ciclo vicioso de doença e pobreza.
