
Em 2024, o financiamento ao esporte por meio da Lei de Incentivo atingiu um marco inédito, superando pela primeira vez a marca de R$ 1 bilhão em recursos captados para projetos esportivos aprovados em todo o país. Foram R$ 509,8 milhões em 2021, R$ 559,3 milhões em 2022 e R$ 985,6 milhões em 2023.
Essas e outras informações estão disponíveis no Painel do Esporte, uma ferramenta interativa e gratuita desenvolvida pela Prosas com o objetivo de ampliar o acesso a dados públicos da Lei de Incentivo ao Esporte e qualificar as discussões sobre políticas esportivas no Brasil. A plataforma foi lançada no dia 5 de maio, com transmissão ao vivo pelo YouTube. O painel reúne dados consolidados de forma visual e acessível, utilizando informações públicas do Ministério do Esporte e da Receita Federal, contando com o patrocínio do Instituto Equatorial.
Crescimento em volume e participação
Além do volume inédito de recursos captados, o Painel do Esporte também revelou avanços em outros indicadores relevantes em 2024:
- Proponentes: 524 projetos aprovados em 1.408 organizações
- CNPJs incentivadores: 864 empresas investidoras
- Pessoas físicas apoiadoras: 585
- Menor concentração regional em comparação à Lei Rouanet: enquanto o Sudeste concentra 83,7% dos recursos incentivados via Lei Rouanet, na Lei de Incentivo ao Esporte essa participação é de 68,4%, indicando uma distribuição um pouco menos concentrada que o mecanismo de cultura.
Em termos de distribuição regional, o cenário aponta para uma queda da concentração na região Sudeste nos últimos 4 anos (de 74,7% em 2021 para 68,4% em 2024). Apesar de um leve crescimento percentual nas regiões Nordeste e Centro-Oeste em relação a 2023, o Norte apresentou queda pelo segundo ano consecutivo (de 2,9% em 2022 para 1,9% em 2024). Os dados revelam que apesar de existir um movimento nos últimos anos, a descentralização dos recursos entre as regiões brasileiras ainda é limitada.
Outro dado relevante é a manutenção da concentração dos aportes no último trimestre: 72,5% dos recursos captados em 2024 ocorreram entre outubro e dezembro, reforçando a necessidade de fortalecer o planejamento anual dos projetos. Caiu a concentração no Sudeste com recursos sendo distribuídos no Nordeste e Centro-Oeste, a exceção é na região Norte, que caiu de 2,5% para 1,9%.
Transparência sobre quem investe e quem recebe
Parte das funcionalidades do Painel do Esporte permite identificar com clareza os principais atores da política pública:
Empresas que mais investiram em 2024:
- Vale – R$ 84,3 milhões (7 CNPJs – RJ/ES) – 7,45%
- Grupo Itaú – R$ 62,5 milhões (32 CNPJs – SP) – 5,52%
- Nubank – R$ 50,5 milhões (1 CNPJ – SP) – 4,46%
- Shell – R$ 41,2 milhões (1 CNPJ – RJ) – 3,64%
- Pessoas físicas (mais de 4 mil apoiadores) – R$ 19,6 milhões – 1,74%
- Santander – R$ 19,3 milhões (13 CNPJs – SP) – 1,70%
- Petrobras – R$ 15,3 milhões (2 CNPJs – RJ) – 1,35%
- Cemig – R$ 13,5 milhões (6 CNPJs – MG/CE) – 1,20%
- Toyota – R$ 13,4 milhões (4 CNPJs – SP) – 1,18%
- B3 – R$ 13,1 milhões (2 CNPJs – SP) – 1,16%
Organizações que mais captaram via Lei do Esporte:
- Instituto Esporte e Educação – R$ 17,6 milhões (1,56%)
- Instituto Futebol de Rua – R$ 16,7 milhões (1,47%)
- Clube Verde Roço – R$ 15,9 milhões (1,41%)
- Ação Concreta ONG Esportiva e Cultural – R$ 15,3 milhões (1,36%)
- Instituto Educare – R$ 14,4 milhões (1,27%)
- Instituto Izerbem – R$ 13,8 milhões (1,22%)
- Clube de Regatas do Flamengo – R$ 12,7 milhões (1,12%)
- Instituto Mais Ação – R$ 11,5 milhões (1,01%)
- Instituto Rede Tênis Brasil – R$ 11,4 milhões (1,10%)
- Clube de Automobilismo ASRB – R$ 11,3 milhões (1,00%)