Sociedade Brasileira de Dermatologia do Distrito Federal (SBD-DF) alerta que cerca de 20% dos casos estão concentrados no Centro-Oeste. Doença tem cura e o tratamento é gratuito na rede pública
O ano começa com a campanha Janeiro Roxo, e neste ano, o tema é: “Precisamos falar sobre a Hanseníase”. O foco é orientar a população sobre o valor do diagnóstico e do tratamento precoce. Por causar incapacidade e deformidades físicas, a pessoa com a doença sofre preconceitos e, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia do Distrito Federal (SBD-DF) – umas das organizadoras da ação – muitos desconhecem que é possível a cura e que existe tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde.
“A doença endêmica afeta países em desenvolvimento como o Brasil. Mas felizmente dispomos de tratamento gratuito no SUS que leva à cura. Após a primeira dose de medicação, o paciente não transmite mais. Quanto mais precoce o diagnóstico e o início do tratamento, melhor o resultado para evitar sequelas”, afirma o membro da SBD-DF, Ciro Martins Gomes, especialista em hanseníase.
O dermatologista aponta que toda a população brasileira está exposta à doença, que é subnotificada, mas existente. São detectados, a cada ano, cerca de 30 mil casos novos, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A transmissão é dada ao contato muito próximo e prolongado entre as pessoas. “Na grande maioria dos casos a pessoa mora com o contatante de hanseníase, mas é
uma transmissão muito demorada, não é tão fácil como a transmissão de Covid-19”, reforça o especialista.
O Centro Oeste responde à segunda região com maior percentual de casos (20%), ficando atrás apenas do Nordeste (43%). Na sequência vem o Norte (19%, o Sudoste (15%) e o Sul (4%). Os dados são da SBD.
Janeiro Roxo e a campanha de 2022
Nesse sentido, a Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional Distrito Federal (SBD-DF) reforça o tema da campanha Janeiro Roxo 2022 “Precisamos falar sobre hanseníase”. O Dia Mundial contra a Hanseníase e o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase são comemorados em 30 de janeiro, último domingo do mês.
Paralelamente, dermatologistas de todo o país divulgarão informações para conscientizar a população. Ao longo do mês, também será lançado um Guia Ilustrado sobre a hanseníase, que terá como público alvo a população em geral e trará orientações sobre sinais, sintomas, diagnóstico e tratamento. Prédios e monumentos públicos também vão iluminar suas instalações de roxo, como adesão
à iniciativa.
Para mais informações sobre o Janeiro Roxo, acesse: https://www.sbd.org.br/janeiro-roxo/
Sinais e Sintomas
• Manchas (esbranquiçadas, amarronzadas e avermelhadas) na pele com mudanças na sensibilidade dolorosa, térmica e tátil.
• Sensação de fisgada, choque, dormência e formigamento ao longo dos nervos dos membros
• Perda de pelos em algumas áreas e redução da transpiração
• Inchaço e dor nas mãos, pés e articulações
• Dor e espessamento nos nervos periféricos
• Redução da força muscular, sobretudo nas mãos e pés
• Caroços no corpo
• Pele seca
• Olhos ressecados
• Feridas, sangramento e ressecamento no nariz
• Febre e mal-estar geral