Frente da Educação vai investigar a possível omissão do MEC e do Inep na realização do Enem 2020

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O deputado federal professor Israel Batista (PV-DF) rebate a avaliação do governo sobre o Enem 2020 e diz que Frente da Educação fará um relatório em busca de justiça para os milhões de estudantes que foram prejudicados. Foto: Facebook/Divulgação

A Frente questiona atitude do MEC, que segundo os deputados, ignorou a pandemia e a opinião tanto de candidatos e quanto de especialistas em educação

Os parlamentares da Frente Mista da Educação (FPME) vão produzir um relatório com as possíveis falhas do Ministério da Educação (MEC) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsáveis pela realização da edição de 2020 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As provas foram aplicadas em meio a pedidos de adiamento, que foram feitos pelos candidatos e por especialistas em educação.

O relatório deverá contemplar as denúncias feitas pelos candidatos no último domingo, quando a frente realizou uma live, que foi chamada de “Blitz do Enem”, para acompanhar as denúncias feitas pelos candidatos nas redes sociais. Durante a transmissão ao vivo, os problemas encontrados no primeiro dia de prova voltaram a ser relatados, como o não cumprimento do protocolo de segurança adotado por causa da pandemia.

“O Enem deste ano reflete uma série de ausências e negligências do Ministério da Educação”, resumiu a professora Dorinha (DEM-TO), presidente da FPME.

Além das reclamações dos candidatos, a FPNE questiona o gasto público para a realização dos dois dias de prova em um cenário de pandemia. Assim, os parlamentares da frente vão “produzir um relatório, analisar as medidas cabíveis para que alcancemos a justiça nesse Enem e para que se compense os milhões de estudantes que foram impedidos de exercer seu direito por falta de planejamento do MEC”, tratou o deputado professor Israel Israel Batista (PV-DF).

Durante a live, os deputados ainda mencionaram a ação “Adia Enem”, realizada pela Frente e que segundo os parlamentares, o movimento foi ignorado pelo governo. “O MEC deveria ter tido a sensibilidade, ouvido nossos pedidos, o dos estudantes, e adiado as provas”, ressaltou a deputada professora Rosa Neide (PT-MT).

Números do Enem e o que diz o governo?

A edição 2020 do Enem teve uma abstenção recorde de 55,3% e uma queda no número de inscritos, foram 5 milhões. Em 2018, foram mais de  6,7 milhões de inscrições, com 81,3% de participantes confirmados nos dois dias de prova.

Para o presidente do Inep, Alexandre Lopes, os números da última edição foram positivos, “Você assegurar, no meio da pandemia, que mais de 5 milhões pudessem fazer a prova e que mais de 2 milhões fizessem é uma vitória para o Brasil, no sentido de conseguir entregar essa oportunidade aos jovens.”

A afirmação de Lopes foi rebatida pelo deputado professor Israel que afirmou: “ “Essa é uma consideração triste e infeliz”, rebateu o professor Israel. Para Andrea Ramal, especialista em educação que participou da live realizada pela frente, “falta sensibilidade em quem está comandando a Educação”.

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