
À base de angico vermelho, a pomada tem propriedades cicatrizantes e agora, estudantes buscam parceiros para seguir desenvolvendo a pesquisa
O angico vermelho é uma árvore de porte médio a grande que apresenta fácil adaptação. Presente no cerrado, na caatinga e na Mata Atlântica, a planta é tem um grande potencial medicinal. E ao ouvir as histórias da avó, um estudante convenceu as colegas a desenvolver uma pesquisa para criar uma pomada cicatrizante à base de angico vermelho.
“Ela (a avó) nos contou que após sofrer um acidente, no qual deixou um grave ferimento na sua perna, seus familiares utilizaram o pó da casca do angico vermelho no local do ferimento, o que fez cicatrizar rapidamente”, explica Camila Castro.
A estudante do Colégio Estadual de Casa Nova da Bahia , em parceria com as colegas Emilly Franca e Anne Cardoso, e com a orientação da professora Adelange dos Santos, começaram a desenvolver a pomada.
O estudo indicou que a espécie tem substâncias adstringentes e hemostáticas, que auxiliam na cicatrização de ferimentos. Camila afirma que a pomada apresenta um valor de produção baixo e alta eficácia. “A pomada cicatrizante é um produto totalmente natural, no qual agradaria o público consumidor pela sua eficiência e baixo custo, pois é produzida com ingredientes próprios do bioma caatinga”.
A pesquisa é uma das vencedoras da 9ª Feira de Ciências, Empreendedorismo e Inovação da Bahia (FECIBA). O estudo já faz parte do Programa Ciência na Escola, da Secretaria de Educação.
As alunas agora estão em busca de recursos e parceiros para compreender todos os benefícios da pomada, e também como funcionaria o processo de fabricação e a certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Estamos em busca de apoiadores na área científica e laboratoriais para que nos auxilie no desenvolvimento de testes para o avanço do produto”, diz Camila.
A orientadora do estudo, Adelange dos Santos, destaca a importância de incentivar e apoiar ideias dos jovens alunos. “É importante fomentar esse tipo de projeto, no sentido de possibilitar aos nossos alunos diversas possibilidades de vivência, considerando os recursos que o nosso estado oferece. Hoje, a nossa sociedade requer estudantes com múltiplas habilidades, especialmente que sejam capazes de inovar e de serem empreendedores”.