
A política brasileira segue extremamente movimentada. A cada dia, um novo acontecimento agita Brasília. Nesta semana, Sara Winter, ativista do movimento “300 do Brasil” e apoiadora do governo Bolsonaro, foi presa pela Política Federal (PF). A prisão ocorreu por conta do inquérito que investiga manifestações antidemocráticas. Outro inquérito que está no Supremo Tribunal Federal (STF) é o das Fake News, hoje (18), a corte votou pela validade do inquérito.
A manhã de quinta-feira (18) começou com a notícia da prisão de Fabrício Queiroz. Ex-assessor e ex-motorista de Flávio Bolsonaro foi preso em um imóvel em Atibaia, no interior de São Paulo, a casa em Queiroz estava que pertence ao advogado da família Bolsonaro. À tarde, Abraham Weintraub anunciou a saída do Ministério da Educação.
Para entender melhor o momento político do país, o Portal Contexto conversou com o cientista político André Rosa.
Prisão, saída de Ministro. Sobre os últimos acontecimentos

Os últimos acontecimentos tais quais o inquérito sobre as fake news, a saída do ministro da Educação e a prisão do Queiroz intensifica ainda mais a erosão do governo, podendo desdobrar em vários impactos políticos a depender de alguns cenários. A prisão da Sara Winter agita a militância, a saída do ministro da Educação oferece um certo fôlego tendo em vista os ataques sofridos na última semana, mas, no meu ponto de vista, a maior turbulência poderá vir do caso Queiroz.
Considerando um cenário em que o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro assuma a sua defesa de forma unilateral, sem envolver ou incriminar terceiros; ou, em um segundo cenário, visando proteger a família, esposa e filha de uma possível prisão seja induzido a iniciar uma colaboração premiada. O primeiro cenário me parece distante, e a depender da intensificação do caso por parte do judiciário, uma delação para blindar a família resultaria em danos incalculáveis ao governo.
É possível sobreviver as turbulências?
Para sobreviver a essa turbulência o presidente Bolsonaro deu o primeiro passo, que foi aderir de fato as dinâmicas do presidencialismo de coalizão ao nomear Fábio Faria como ministro da Comunicação, um ator com boa transição no Congresso Nacional e que oferece um certo conforto em eventual massificação de pedidos de impeachment. Agora, com a saída do ministro da Educação o Centrão já mira o ministério.
Precavido, nomear um interino agora é a melhor solução para iniciar as negociações com as lideranças no Congresso.
Mais do que nunca Bolsonaro precisa trabalhar de forma conjunta, ajustando cargos no primeiro e segundo escalão e intensificando o diálogo.