Os principais culpados deste resultado são a gasolina, o etanol, o arroz, o tomate e as carnes
De acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou variação de 0,58% em agosto na capital federal. Esta porcentagem marca a terceira variação positiva seguida, ultrapassando as marcas de (0,46%) e julho (0,34%). Além disso, é o maior valor contabilizado no mês de agosto desde 2014.
Em âmbito nacional, o quadradinho foi o terceiro maior entre as regiões pesquisadas, atrás de Campo Grande (1,04%) e Goiânia (0,66%). Em agosto, a inflação no Brasil ficou em 0,24. Numa perspectiva anual, o Distrito Federal apresentou o sexto menor resultado (0,50%) entre as regiões pesquisadas, atrás de Goiânia (-0,25%), Curitiba (-0,09%), Porto Alegre (0,21%), São Luís (0,30%) e Belém (0,42%), e menor que a inflação acumulada nacional, de 0,70%.
O índice é o indicador oficial da inflação no país e apresenta a variação dos preços de produtos e serviços. O resultado do Distrito Federal retrata a alta nos preços de combustíveis, como gasolina (5,73%) e etanol (3,37%), e de alimentos, como tomate (24,39%), arroz (6,31%) e carnes (4,54%). A queda nos preços das mensalidades dos cursos de ensino superior (-3,84%) colaboraram para conter a inflação.
Em uma análise grupal da inflação, os Transportes foram os protagonistas da alta inflacionária de julho (1,88%). Alimentação e bebidas (0,95%) e Saúde e cuidados pessoais (0,79%) também motivaram o crescimento do índice. Em compensação, a Educação (-1,38%) e Artigos de residência (-0,52%) fizeram o contrapeso para balancear a inflação de agosto.
O pesquisador da Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan, Renato Coitinho, atribui o resultado de agosto ao aumento do preço da gasolina pelo terceiro ano consecutivo e explica o porquê.“ O resultado foi impulsionado pelo preço internacional do barril de petróleo e pela taxa de câmbio elevada. Os alimentos também avançaram, especialmente itens de consumo amplo, como o arroz e o tomate, o que coloca um ônus maior em cima das famílias de menor renda”.
Sobre os itens com valor em baixa, Coitinho reitera o que foi demonstrado nas pesquisas e justifica o motivo da Educação ter pesado consideravelmente nos dados apresentados. “O grupo da educação tem mostrado indícios de retração nos seus preços conforme alguns cursos começam a reduzir suas mensalidades, possivelmente em função da suspensão de aulas presenciais”.