Curta brasiliense premiado terá exibição gratuita neste sábado (3)

Com estreia gratuita dia 3 de setembro em Taguatinga (DF), o curta “O que Guardo de Você” conta a história de um rapaz que perdeu a irmã e precisou lidar com seus medos e monstros

De que forma cada um de nós aceita a perda? O luto é algo que acontece ao menos uma vez na vida de todas as pessoas, de qualquer parte do mundo. A chave para entender esse momento é perceber que ele é diferente para cada pessoa. No curta “O que Guardo de Você” escrito e dirigido pelo roteirista brasiliense André Luiz, relata sua vivência pessoal após o falecimento de sua irmã. O filme estreia dia 3 de setembro (um dia antes do que seria o aniversário da irmã), às 19h, com entrada gratuita no espaço Caracas Véi, em Taguatinga, no Distrito Federal.

A trama conta a história de um rapaz que volta até a casa de sua família para tentar se isolar de tudo após passar por uma grande perda familiar em 2021, no auge da pandemia provocada pela Covid-19. Essa fuga que ele busca, representa um perigoso comportamento de não ver mais sentido na vida. O curta mostra o personagem principal lidando com seus medos e monstros. Entre memórias e silêncios, o enredo se aprofunda ao falar sobre o que é a perda e talvez o que significa lidar com ela.

Para o diretor, ele viu no curta uma possibilidade de lidar com a própria dor e tentar alcançar as pessoas por meio dos personagens análogos à sua vida. “Eu comecei a enxergar esses personagens como um reflexo meu, como o meu ambiente familiar, como as emoções que eu sinto, e isso me ajudou bastante tanto a entender o que eu estava passando, quanto a verbalizar a forma como eu enxergava meus sentimentos”, disse André.

Iury Persan, ator que dá vida ao rapaz, comenta que o distanciamento provocado pelas medidas de segurança da pandemia acabaram ajudando a falar sobre o distanciamento físico dos personagens. No processo de criação, o olhar pesado foi só mais uma entre outras descobertas sobre o personagem. “Tinha uma revolta na minha respiração que me ajudou muito a trazer estados que observei em situações pessoais de perda e que me fizeram chegar em lugares, reativar lugares onde eu realmente tinha passado”, relata o ator.

Para a atriz Gabriela Rabelo, que vive a mulher na história, o curta foi uma experiência gratificante e desafiadora. Por meio da troca e da parceria de cena com Iury, conta que foi possível adicionar camadas à personagem, onde o silêncio também comunica e se faz importante. Segundo a atriz, a mulher pode gerar identificação pela representação das batalhas internas. “A mulher foi uma personagem muito misteriosa. Soou para mim quase como uma figura mística. Por isso a considero uma presença mágica, agridoce e às vezes até contraditória”, conta.

Produção independente

O curta-metragem, que tem duração de 20 minutos, foi um resultado de mais de dez versões de roteiro, diversos ensaios remotos, três dias de gravação e mais de dez pessoas para ser executado. Era o espaço que o André encontrou para falar de “nós” como uma despedida e promessa à sua irmã, porém se tornou um espaço que abrigou mais pessoas que também precisavam de um acolhimento para trabalharem a sua (e com a sua) dor. Infelizmente ambos atores também haviam perdido entes queridos.

Filmado na Ceilândia, sem patrocínio e com o apoio de amigos, o curta também tenta motivar novos criadores e produtores de conteúdo da cidade a mostrarem seus trabalhos. “Quero mostrar que nessa cidade existe um polo artístico-criativo muito grande em expansão e se eu puder ajudar alguém a fazer o mesmo vou me sentir muito grato”, destaca André. O curta rendeu o prêmio de Melhor Cartaz Centro-Oeste por Júri Popular pelo Cine Ilustríssimos, em 2021. Também foi finalista de Melhor Roteiro Não Produzido e como Melhor Desenvolvimento, ambos em Categoria Nacional, pelo Caw Cine, em 2021

PROGRAME-SE:
Quando: dia 3 de setembro, às 19h.
Local: Caracas, véi – St. L Norte EQNL 2/4 Bl B – Taguatinga
Entrada: Franca

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