Covid-19: Vacinados transmitem menos vírus, explica especialista

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Foto: Fábio Rodrigo Pozzebom/Agência Brasil

Pesquisas mostram que os vacinados apresentam carga viral menor e por menor período de tempo quando comparado com aqueles que não se imunizaram

Mais de 139 milhões de pessoas no Brasil já receberam duas doses ou dose única da vacina contra a covid-19, de acordo com os números do Ministério da Saúde. Ter mais vacinados aparece como uma estratégia importante para reduzir a circulação do vírus. Com relação à Ômicron, as primeiras observações mostram que as pessoas que não completaram o esquema vacinal têm uma probabilidade maior de hospitalização, tendo uma forma mais grave da doença.

A vacina pode não evitar a propagação ou a contaminação pelo vírus, mas o professor do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular e presidente da Comissão de Acompanhamento e Controle de Propagação do Novo Coronavírus na Universidade Federal do Paraná (UFPR), Emanuel Maltempi de Souza, explica que é importante receber o imunizante, além dos espaços exigirem o passe de vacinação. 

“O objetivo de exigir a vacinação é sanitário. O intuito é reduzir a circulação do vírus, especialmente nos locais por onde transitam muitas pessoas”. 

Outro aspecto importante é que os vacinados apresentam uma carga viral menor e por menor período de tempo do que aqueles que não se imunizaram. “Temos esses dados para diversas variantes, inclusive para a Delta, que é uma cepa de transmissibilidade muito alta, assim como a Ômicron. Quem tem menos vírus, transmite menos. Quem está infectado e transmite por menos tempo, também vai transmitir menos”, explica o professor.

A chefe da Unidade de Infectologia do Hospital de Clínicas da UFPR e coordenadora do estudo da vacina CoronaVac no Paraná, Sonia Mara Raboni, explica que com as duas variáveis reduzidas, carga viral e tempo de transmissão, o resultado é a diminuição na contaminação de outras pessoas pelo coronavírus. 

“Se as pessoas têm uma quantidade menor de vírus sendo eliminada e por um tempo menor, aliando-se às medidas restritivas que já são recomendadas – como máscara e distanciamento social -, há diminuição da possibilidade de infecção de outras pessoas”, disse.

O professor Emanuel Maltempi de Souza relembra o cenário brasileiro em 2021. Até junho, o país vivia uma onda crescente de casos, chegando a ultrapassar 100 mil notificações, mas com o avanço da vacinação, a partir de julho, começou-se a observar a queda da doença.  “A partir de agosto ficou muito clara a queda progressiva do número de casos”.

Vacina e a Ômicron

Souza explica que a variante Ômicron produz uma alta carga viral nas vias aéreas superiores, isto é, nariz e garganta. Esse pode ser um dos motivos que a tornam uma das cepas de maior propagação. Contudo, mesmo com o altíssimo número de casos que a Ômicron tem causado, é possível observar um número relativamente baixo de internação. “Isso indica que, mesmo que a variante escape parcialmente da vacinação, a estratégia ainda faz muita diferença. Se está afetando a internação, podemos compreender que essas pessoas estão ficando doentes com menor carga viral e por menos tempo, o que influencia na transmissão”. 

A vacina e o uso das proteções individuais, as máscaras, são importantes para evitar a contaminação. A infectologista Sonia Mara Raboni recomenda: “o ideal, nesse momento, é usar a PFF2 ou N95”. Ela ainda destaca: “A vacina protege a comunidade. Se uma pessoa quer participar da comunidade e frequentar ambientes com outras pessoas, ela deve pensar na saúde de todos ao seu redor e precisa se vacinar”.

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