PRF segue trabalhando para liberar os pontos de bloqueio nas rodovias brasileiras
Na manhã desta quarta-feira (2), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) comunicou que 563 pontos de bloqueio nas estradas federais haviam sido desfeitos. Até então, 17 estados seguem com bloqueio nas rodovias.
Os estados com mais interdições são: Santa Catarina, com 37, Mato Grosso, com 30 e Pará com 17. Os bloqueios começaram logo após a confirmação da vitória nas urnas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os manifestantes não concordam com o resultado e decidiram pelos protestos em todo o país.
Ontem (1º) no Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro (PL) falou pela primeira vez após a derrota nas urnas, e comentou sobre os protestos, para o chefe do executivo, “os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônios e cerceamento do direito de ir e vir”.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nota hoje (2) que afirma que:
“A Anvisa monitora junto ao setor regulado possíveis desabastecimentos de suprimentos de saúde, em face das notícias de bloqueios em rodovias.
Paralelamente, a Agência oficiou a organizações tais como os Ministérios da Saúde, Justiça e Casa Civil, bem como Ministério Público Federal, Supremo Tribunal Federal, Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (CONASS) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), alertando para a importância de garantir fluxos contínuos e desimpedidos de insumos de saúde.
É uma medida que vem no escopo da missão da Agência de identificar ameaças e proteger a saúde da população.”
Efeitos dos bloqueios
Com o início das paralisações nas estradas, um debate segue em alta: será que o país sofrerá com um possível desabastecimento?
Para o presidente do Sindicato do Comércio Atacadista do Distrito Federal (Sindiatacadista/DF), Álvaro Silveira Jr, os bloqueios das rodovias podem causar graves transtornos às atividades de transporte, prejudicando o abastecimento de estabelecimentos de produção e comércio.
“Não é hora deste tipo de protesto. Acredito que institucionalmente os brasileiros devem respeitar o resultado das eleições, que foram limpas. Agora, mais do que nunca, precisamos nos unir para ter um país melhor. As eleições acabaram ontem, daqui três anos e meio poderemos voltar a discutir um novo candidato. Até lá, nos cabe apenas trabalhar pelo bem do Brasil e estarmos vigilantes para que as promessas de campanha sejam cumpridas”, pontua o presidente da entidade.
Do outro lado, corretores e seguradoras estão sendo acionados para auxiliar seus clientes a gerenciarem possíveis perdas causadas por essa crise de abastecimento, e, para contribuírem na elaboração de planos de contingência de redução de danos.
Marco Darhouni, diretor de transportes e aviação da Lockton, corretora de seguros privados, entende que neste momento as indiferente da cobertura securitária contratada, as mercadorias estão sujeitas a riscos que não são indenizáveis pelo seguro, tais como: atraso na entrega dos produtos ou mesmo a exposição da marca e a manipulação dos produtos de forma inapropriada.
“Daí a importância de definir, em comum acordo, entre as áreas de Logística e Gerenciadora de Risco um plano de ação que visa evitar as regiões de bloqueio de tráfego”, explica o Darhouni, que elencou uma lista de estratégias para ajudar as empresas a atenuarem os riscos causados por essa paralisação. Confira:
- Programe as entregas
Defina um horário de saída dos veículos de carga e crie um roteiro de embarque estabelecendo horários e rotas para tráfego diurno, prevendo o desvio de regiões bloqueadas pelo movimento.
- Oriente a equipe de transporte
Na impossibilidade de evitar a região controlada pelo eventual movimento, instrua seu time de transporte a buscar, quando possível, locais seguros (pátio de transportadores e postos homologados) para paradas e/ou pernoites. Peça que aguarde até que a situação se normalize e permita a continuidade segura da viagem.
- Escolha veículos rastreáveis
Antes da saída para viagem, além dos itens de segurança do caminhão, devem ser checados os sensores, atuadores e outros dispositivos que auxiliam o gerenciamento de risco. Dê preferência para veículos que possuam rastreamento por GPS. “Esses itens serão importantes caso o veículo tenha problemas na tecnologia principal por conta dos protestos”, revela o profissional.
- Formalize o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR)
Repasse as informações da viagem junto ao motorista, enfatizando a necessidade de cumprimento do PGR, inclusive, se necessário, faça com que ele ou seu responsável assine o plano de embarque com todas as regras e diretrizes do transporte. “Esse cuidado poderá fazer a diferença para proteger a mercadoria e o seu prazo de entrega”, diz Mauro.
“Por fim, caso tenha que lidar com algum risco, não hesite em procurar o seu corretor de seguros”, conclui Darhouni.
*Com informações da Agência Brasil