Avaliação neuropsicológica infantil: entenda o que é e quando ela é necessária

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Especialista explica o que ela pode diagnosticar nas crianças. Camila Ferrari fala ainda sobre os prejuízos em não realizar o teste caso haja indicação

Você já ouviu falar da avaliação neuropsicológica? Ela funciona como um mapeamento que investiga o desenvolvimento da criança. De acordo com Camila Ferrari, neuropsicóloga, esse tipo de teste visa apurar as funções cognitivas, aspectos emocionais, comportamentais, de aprendizagem e personalidade, sem perder de vista o contexto em que a criança está inserida. “Para isso, é necessário entender a rotina, a dinâmica familiar, os estilos parentais e todos os outros cenários de desenvolvimento onde os pequenos frequentam rotineiramente, a escola, por exemplo”, destaca.

Conforme Ferrari, que também é especialista em neurociência aplicada à educação, essa avaliação é muito importante e deve ser feita ainda na infância para ajudar a detectar alterações no neurodesenvolvimento de forma precoce, além de orientar as intervenções terapêuticas e apoiar a conduta de outros profissionais da saúde. “Costumo dizer que “tempo é cérebro”, ou seja, se demoramos a iniciar a estimulação, perdemos oportunidades de aproveitar aquele período no qual o cérebro é mais suscetível a determinada influência positiva externa”, pontua.

Mas quando essa avaliação é indicada? Segundo a profissional, são muitos os casos. Ela cita os principais:

a) Criança com fator de risco conhecido para o desenvolvimento, como por exemplo, as prematuras e aquelas que têm histórico na família de alterações do desenvolvimento cujas mães tiveram intercorrências significativas na gestação.

b) Crianças com lesão cerebral adquirida, ou seja, aquelas que tiveram traumatismo crânio encefálico, tumores cerebrais ou acidente vascular cerebral, por serem condições que têm alta possibilidade de trazerem danos cerebrais.

c) Crianças que estão evoluindo com desenvolvimento diferente do esperado, para mais ou para menos, considerando os marcos da idade.

D) Quando queremos comparar a criança com ela mesma, visando entender sua curva de aprendizagem e a presença de comorbidades.

E) Estabelecer diagnóstico diferencial entre uma síndrome psicológica e uma síndrome neurológica.

F) Monitorar a recuperação cognitiva ou evolução de uma desordem neurológica.

G) Orientar os familiares sobre a melhor forma de ajudar a criança.

Camila destaca também que em qualquer uma dessas possibilidades, uma avaliação do desenvolvimento já é indicada para bebês menores de três anos e a avaliação neuropsicológica proposta para crianças a partir dessa idade. “A ideia é que, ao longo do desenvolvimento dessa criança, ela seja avaliada e reavaliada algumas vezes, visando compreender sua curva de aprendizagem, orientar a família, a escola e a equipe interdisciplinar”, ressalta a especialista.

Próximos passos

De acordo com Camila Ferrari, para estabelecer os próximos passos é preciso compreender: em que ponto a criança precisa chegar, como e em quanto tempo. “Uma boa avaliação neuropsicológica deve ajudar a família a entender quais os pontos fortes e aqueles que precisam ser melhorados em seu filho, bem como nortear as intervenções que visam diminuir a lacuna de desenvolvimento evidenciada”, pondera. “Considero ser, por isso, um apoio fundamental para um trabalho consistente em equipe interdisciplinar contando, por exemplo, de terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicopedagoga, psicóloga e nutricionista ”, conclui a especialista da Neurodesenvolvendo.

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