Associação Médica Brasileira alerta para o risco de contaminação de bebidas destiladas

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A Associação Médica Brasileira (AMB) emitiu um alerta urgente nesta sexta-feira (3) sobre os graves riscos à saúde causados pela contaminação de bebidas alcoólicas com metanol. O comunicado foi motivado pelo aumento de casos de intoxicação severa registrados em diversos estados do país.

O metanol é um tipo de álcool de uso industrial, proibido para consumo humano. Sua ingestão, mesmo em pequenas quantidades, pode desencadear efeitos graves e fatais. De acordo com o Dr. José Eduardo Dolci, Diretor Científico da AMB, o consumo de bebidas adulteradas com essa substância pode causar desde náuseas e dores de cabeça intensas até cegueira irreversível, falência múltipla de órgãos e morte. Ele reforçou que se trata de uma ameaça real e invisível, com riscos fatais para a população.

O alerta da entidade busca conscientizar a sociedade sobre os perigos da ingestão de bebidas de origem duvidosa e reforça a importância de adquirir produtos apenas em estabelecimentos comerciais legalizados e de procedência conhecida.

A intoxicação por metanol pode se manifestar entre 12 e 24 horas após a ingestão. Os principais sintomas incluem:

* Náuseas, vômitos e dores abdominais

* Visão turva, fotofobia ou perda completa da visão

* Confusão mental, sonolência e coma

* Insuficiência respiratória

* Em casos graves, pode levar à morte em poucas horas sem atendimento médico adequado

O metanol é convertido no organismo em substâncias altamente tóxicas, como formaldeído e ácido fórmico, que afetam o sistema nervoso central e os nervos ópticos.

AMB reforça a importância de:

* Evitar bebidas sem procedência clara, rótulo, lacre ou registro nos órgãos reguladores

* Adquirir bebidas alcoólicas apenas em pontos de venda confiáveis

* Procurar atendimento médico imediato em caso de suspeita de ingestão contaminada

* Denunciar às autoridades locais suspeitas de comércio ou produção ilegal de bebidas.

A Associação Médica Brasileira exige:

* Intensificação da fiscalização sanitária e criminal

* Responsabilização civil e penal dos envolvidos na produção e distribuição de bebidas adulteradas

* Campanhas educativas para informar a população sobre os riscos do consumo de bebidas ilegais

 

“Vidas estão sendo perdidas por crimes que poderiam ser evitados. Falta fiscalização. Falta informação clara para a população. Isso é inaceitável”, conclui o diretor da entidade.