Ansiedade sobre o futuro afeta saúde mental de jovens ainda na escola, aponta pesquisa

Créditos: PixaBay

A preocupação excessiva com o futuro tem prejudicado a saúde emocional de adolescentes e jovens entre 16 e 25 anos, influenciando até mesmo sua frequência escolar. Um estudo realizado pela instituição Prince’s Trust, no Reino Unido, com mais de 2 mil jovens, revelou que um em cada cinco já faltou à escola ou ao trabalho devido a problemas emocionais ligados a essa ansiedade. Segundo as psicólogas Eloá Ulliam e Nathalia Lima, da Escola Lourenço, esse tipo de sofrimento pode se manifestar ainda na vida escolar, exigindo atenção e suporte adequados.

A escola desempenha um papel fundamental nesse cenário, pois é nesse ambiente que muitas dessas questões emergem e podem ser identificadas e trabalhadas. Eloá destaca que, por meio de uma escuta atenta e da criação de espaços de diálogo—seja em grupo ou individualmente—é possível compreender as dinâmicas escolares que funcionam e aquelas que precisam ser revistas. Essa abordagem não só melhora o desempenho acadêmico, mas também ajuda a prevenir quadros de sofrimento emocional.

Nathalia ressalta que a própria sala de aula pode se tornar um ambiente com potencial terapêutico. Ao incentivar a expressão dos alunos, seja por meio de debates ou atendimentos psicológicos, a escola contribui para a elaboração de conflitos e a construção de um ambiente mais acolhedor. Mesmo os jovens mais reservados tendem a se engajar quando têm a oportunidade de se expressar em um espaço seguro.

A abertura dos jovens ao diálogo revela sua necessidade de compartilhar angústias e refletir sobre suas experiências, relações interpessoais e saúde mental. Nesse contexto, a escola assume um papel ativo, promovendo rodas de conversa e ações integradas entre psicólogos, educadores e alunos. Essas iniciativas ajudam a transformar sentimentos como frustração e raiva em reflexões produtivas, evitando que evoluam para situações de violência.

Os professores são figuras centrais nesse processo, pois muitas vezes servem como referência de segurança e apoio para os alunos. Quando os jovens se sentem conectados aos educadores e reconhecem seu próprio aprendizado, enfrentam com mais resiliência desafios como crises de ansiedade.

Em resumo, a escola vai além de um espaço de transmissão de conhecimento—ela pode e deve ser um ambiente de acolhimento emocional, onde os jovens se sintam ouvidos, compreendidos e encorajados a desenvolver-se em todas as suas dimensões.

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