A vida no Metaverso

Essa palavra tem dado o que falar nos últimos meses… sobretudo, com notícias de vendas de terrenos, obras de arte e até iates virtuais – por dezenas de milhões de dólares! E para quem acha que é uma moda passageira, gigantes como Facebook, Microsoft, Disney, Nike, Adidas e, muitas outras, já anunciaram grandes investimentos nesse mundo virtual de possiblidades.

Aqui vou assumir que você ainda não sabe exatamente o que é o Metaverso então, vou resumir: o Metaverso é o nome dado a um ambiente virtual (semelhante aos usados em jogos), mas que promete ser algo muito além da simples diversão. Na prática, será como entrar na Internet… Só que ao invés de usar o teclado e o mouse, será necessário usar óculos próprios de realidade virtual para que você fique literalmente imerso nesse ambiente.

Uma vez dentro, a promessa dos pioneiros na área, como Microsoft e Facebook (principal impulsionador do conceito), é que você possa fazer quase tudo que faz hoje no mundo real. Mas com algumas vantagens.

Vamos a um exemplo: Pense que você precisa passar por aquele momento não tão agradável de ficar horas no supermercado fazendo compras. E para piorar seu cônjuge (esposa ou esposo) sempre quer estar presente para ajudar a escolher cada item. Claro que já é possível fazer isso no site do supermercado, mas se você já tentou, sabe que a experiência é terrível e, por isso mesmo, a aderência a esse serviço é tão baixa.

E como seria isso usando o conceito de Metaverso?

Primeiro, você combinaria com seu cônjuge apenas o horário para estarem online (não é necessário que os dois estejam no mesmo ambiente físico). Em seguida, cada um coloca os óculos de realidade virtual especial do Facebook (por exemplo o Oculus Quest 2) e entram na plataforma, como se entrassem em um serviço online qualquer, com usuário e senha. Nesse momento, vocês se verão em um supermercado com um carrinho de compras a frente e todas as prateleiras com seus respectivos produtos, exatamente como na experiência real. A partir daí, usando controles especiais fornecidos com os óculos, poderão interagir com os produtos normalmente, olhando os rótulos, preços e tudo o mais, mas com um detalhe: sem filas, sem aglomeração de pessoas, sem demora no pagamento. E, o mais importante: sem sequer precisar de um computador para isso, já que os óculos já possuem conexão com a internet, bateria e todos os acessórios para funcionarem de forma independente. Percebeu? Você pode estar literalmente na praia, enquanto vai ao supermercado de forma virtual com sua esposa… e esse é um exemplo real, já que foi anunciado pela rede Walmart recentemente: uma das muitas aplicações do Metaverso.

Não sei quanto a você, mas o home office foi simplesmente terrível para a grande maioria das pessoas. Falta de equipamentos, falta de interação e a dificuldade de se concentrar em um ambiente doméstico foram as principais reclamações dos trabalhadores de forma geral. Só que aqui vai a boa notícia: com o Metaverso, basta colocar os óculos de realidade virtual que você estará imerso no ambiente de trabalho, com um computador à sua disposição, todos os equipamentos e ainda poder ver e interagir com seus colegas. Sei que falando assim, parece loucura. Mas pense como foi no fim dos anos 90 com a chegada da Internet…. Ninguém sabia como explicá-la direito (e ainda hoje, alguns não sabem). Com o Metaverso, não é diferente. A verdade é que não sabemos ainda todas as coisas que virão, como não antecipamos o Uber, AirBnb, Ifood e muitos outros serviços que utilizamos online.

Concluindo: o Metaverso vai muito além dos exemplos dados por aí, onde você é representado por um bonequinho (Avatar) com roupas virtuais legais, vendo um show de rock do sofá. Essa coisa infantilizada que tem feito muitos enxergarem o Metaverso como um Roblox melhorado ou um joguinho que seu filho de 8 anos vai adorar, está muito longe da real intenção de Zuckerberg – fundador do Facebook, que agora se chama Meta. Em última análise, o Metaverso é uma nova plataforma de negócios, onde a compra e a venda de artigos e serviços virtuais devem ser impulsionadas nos próximos anos.  Mas, não podemos esquecer que o Metaverso é uma representação da realidade e, tendo em vista que ainda será povoado por pessoas, nem tudo são flores. Já tivemos casos de assédio sexual, terrorismo, racismo e muitas outras coisas que, infelizmente, já demandam recursos adicionais de proteção aos usuários. Por outro lado, tendo em vista que é um ambiente virtual em que você consegue interagir com as pessoas, algumas possibilidades ficam latentes: Já pensou como seria melhor se o conflito entre Rússia e Ucrânia pudesse ser resolvido no Metaverso? Como dizia Einstein “que época triste em que vivemos, quando é mais fácil destruir um átomo do que um preconceito”. Um dia chegamos lá.

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