Fratus bateu na trave nas duas últimas edições dos Jogos Olímpicos. Chegou a pensar em aposentadoria e hoje, Bruno Fratus pode comemorar: o nadador é medalhista olímpico
Na última noite, o nadador Bruno Fratus encerrou a participação brasileira na natação nos Jogos de Tóquio. E ele disputou pela terceira vez a final da prova mais rápida da modalidade, os 50 m livre. Depois de bater na trave em Londres 2012, e ficar em sexto no Rio 2016, a atleta foi para o tudo ou nada.
E com o tempo de 21s57, Bruno Fratus pôde celebrar, e ele comemorou bastante ao fim da prova – até parecia que ele tinha vencido. E ele venceu, o atleta enfrentou a depressão, chegou a pensar em aposentadoria, mas com muito apoio, o nadador seguiu acreditando e se tornou um medalhista olímpico.
Fratus conquistou o bronze e por muito não foi prata, isto porque o tempo do segundo colocado, o francês Florent Manaudou, foi de 21s55. O ouro ficou com Caleb Dressel, o americano bateu o recorde olímpico com 21s07.
A conquista foi a quarta do Brasil na prova, a primeira veio com o bronze de Fernando Scherer, o Xuxa, em Atlanta, 1996. Em Pequim, César Cielo gravou o ouro e quatro anos mais tarde, em Londres, ele ficou com o bronze.
Com a conquista, Bruno Fratus entra no rol dos brasileiros da natação com medalha olímpica nos 50m, e é um time de peso: Gustavo Borges, Fernando Scherer, o Xuxa, e o ex-recordista da prova, Cesar Cielo.
Após receber a medalha, Bruno Fratus correu para a abraçar a esposa e a técnica Michelle Lenhardt. E foi ela foi uma das pessoas que o salvou depois do Rio 2016.
“Tudo que sou devo à natação e aos percalços que aparecerem no caminho. Desde o Rio estou lidando com essa inquietude, com essa ansiedade. Dois meses depois do Rio eu estava na pior depressão da minha vida cogitando deixar a face da Terra de uma vez. Fui salvo pelo amor dos meus pais, da Michelle, do Brett (Hawke, técnico americano de Fratus). Teve amor, diálogo, compreensão. O primeiro passo para ser ajudado é querer ser ajudado”, afirmou Fratus.
Depois do Pan-Americano realizado em Lima, em 2019, veio o pensamento de parar. “A Michelle falou comigo, o Jorge Bichara (diretor de esportes do COB) chegou e disse: tenta mais um ano. E aí veio Covid, né? Mas acabou sendo bom porque consegui descansar e me recuperar bem e chegar até aqui. Como dizia o sábio: tô felizão. Felizão é um estado de espírito que demora décadas para ser dominado. Hoje dominamos”, finalizou.
Para os Jogos de Tóquio, o Brasil superou o número de atletas na natação, com 26 atletas, destes, dez eram estreantes. Foram duas medalhas de bronze, com Fernando Scheffer e Bruno Fratus e mais duas finais individuais e duas em equipe, Disputaram a medalha: Leonardo de Deus nos 200m borboleta, Guilherme Costa nos 800m livre, e os revezamentos 4x100m livre e 4x200m livre.