Ontem, em confronto pelo “Portuguesão” o tradicional time do Porto visitou o Vitória de Guimarães e venceu por 2 a 1 e, ficou a um ponto do líder Benfica. Um dos gols do Porto foi marcado pelo Marega, atacante de Mali, o personagem central de um acontecimento lamentável e criminoso que irei relatar brevemente: Marega foi jogador do Vitória de Guimarães em 2017 e a dor de cotovelo de alguns torcedores fez com que as provocações ao atleta começassem ainda antes da bola rolar, quando os times faziam seu aquecimento.
Durante a partida, toda vez que o atacante Malinês tocava na bola parte da torcida da casa fazia sons imitando macacos, só que por ironia ou não, aos 15 minutos do segundo tempo, o africano fez um verdadeiro golaço por cobertura e foi direto para a parte da torcida que mais o ofendia e bateu no braço, mostrando sua cor. Não satisfeita em ofender o atleta, a torcida atirou objetos dentro do campo, inclusive uma cadeira, na qual Marega pegou e colou acima da cabeça no momento em que o árbitro se dirigiu ao centroavante do Porto e lhe deu um cartão amarelo.
O jogador se revoltou e saiu do campo, se dirigindo ao vestiário e acabou substituído. Mais uma vez, como já aconteceram dezenas de vezes no Brasil, Argentina, Uruguai, Portugal, Espanha, França, Ucrânia, Rússia, Alemanha e principalmente na Itália, o racismo se fez presente, criminosos agiram e quem pagou o pato foi a vítima, como sempre acontece no futebol.
Será o futebol um retrato da sociedade? A sociedade cobra soluções e parece que dentro de um estádio de futebol tudo pode, pode xingar, pode ofender e tudo bem. Eu estou longe de ter meus cabelos brancos, mas faz pelo menos 15 anos que vejo isso acontecer e sempre que acontece, junto vem a pergunta: “Até quando?”. A resposta é simples: até quando as Confederações, Federações e clubes deixarem, porque parece que dentro dos estádios a regra é diferente da Lei.