Estudantes desenvolvem utensílios de festa biodegradáveis

Bioutensílios
Créditos: Divulgação | Imagem Ilustrativa

Copos e plásticos feitos com amido vegetal demoram seis meses para se decompor

Ao fim de toda a festa, é comum se deparar com restos de plásticos e copos descartáveis amontoados em sacos de lixo. Os utensílios são super “úteis” em ocasiões como essas pois, facilitam a a higiene das pessoas que ficam ao fim do evento para realizar a limpeza. Porém, a quantidade de plástico descartada em celebrações é imensa e representa um dano ao meio ambiente, tendo em vista que boa parte dos resíduos serão remanejados para áreas impróprias como lixões, praias, ruas, esgotos e bueiros.

Como alternativa para substituir esses objetos, duas alunas da Escola Técnica Estadual (Etec) Conselheiro Antônio Prado, de Campinas, se uniram e criaram bioutensílios a partir do polímero extraído do cará-moela, tubérculo que nasce em uma planta trepadeira. As duas estudantes conseguiram fabricar um material com textura gelatinosa, semelhante aos objetos de plástico utilizados em festas.

Manuella Cristina Rodrigues e Mariana Cachator são discentes do curso técnico de Meio Ambiente integrado ao Ensino Médio. As aprendizes receberam orientação da professora Martha Favaro, que auxiliou as meninas no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), no final do ano passado. “O curso prepara cidadãos com um olhar crítico para a importância da preservação ambiental como forma de garantir o futuro das novas gerações”, afirma a professora Martha.

Como recompensa pelo esforço, o projeto foi premiado na 8º mostra de Ciências e Tecnologia do Instituto 3M. Os bioutensílios alcançaram o segundo lugar na categoria Ciências Exatas e da Terra. O estudo também ficou entre os 19 finalistas do Centro Paula Souza (CPS) classificados para a 19ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) que acontecerá de forma online nos dias 15 e 27 de março.

Desenvolvimento

Todo o instigamento surgiu depois das estudantes perceberem uma grande concentração de amido derivado no Cará-Moela. “Além de possibilitar um alto rendimento, a planta se reproduz com facilidade e o nosso processo de produção é bem simples, permitindo a criação de um material mais sustentável e de valor competitivo para substituir o plástico”, explica Manuella.

Manuella e Mariana calculam que a decomposição dos bioutensílios a base do vegetal ocorra em até seis meses. Plásticos provenientes de materiais sintéticos demoram centenas de anos para desaparecer completamente na natureza.

Todo o desenvolvimento levou dois meses da fase de pesquisas a conclusão e apresentação do produto final. “Diante da pandemia, tivemos que nos adaptar para fazer os procedimentos laboratoriais dentro de casa. Utilizamos vinagre no lugar dos ácidos, forno convencional em vez de estufa e liquidificador em substituição ao agitador magnético. Mesmo no improviso, conseguimos chegar a um modelo eficiente de prato biodegradável”, finaliza Mariana.

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