Economia criativa do DF no PIB gerou mais de R$ 9 bilhões

Alexandre Kieling, coordenador do Panorama da Economia Criativa do DF. Foto: Divulgação

Evento de lançamento do 2º relatório parcial Panorama da Economia Criativa do Distrito Federal, ocorrido nesta semana, reuniu representantes das sociedades civil e privada e agentes criativos locais

A Fecomércio, por intermédio da Câmara Empresarial de Economia Criativa, e  Pesquisadores do Mestrado Inovação e Comunicação e Economia Criativa da Universidade Católica de Brasília (UCB) apresentaram a 2ª fase do relatório Panorama da Economia Criativa do Distrito Federal, na tarde desta terça-feira (18). No evento de lançamento, realizado na Faculdade Senac, na 913 Sul, foram apresentados os dados quantitativos e qualitativos, acerca da economia criativa nas RAs do DF, baseados em coletas feitas  nos últimos meses.

Na ocasião, ocorreu a exibição do perfil sociodemográfico dos agentes criativos do DF. Estiveram presentes os secretários de Cultura e Economia Criativa e de Turismo do DF, Bartolomeu Rodrigues e Cristiano Araújo; o presidente da Fecomércio, José Aparecido Freire; o reitor da UCB, professor Carlos Longo; e o vice-presidente da Câmara Empresarial de Economia Criativa da Fecomércio, Reinaldo Gomes; e representantes de outras instituições.

A rítmica da abertura ficou por conta da percussão de músicos da Ceilândia, comandados pelo Mestre de bateria Wagner Dias. E, na sequência, por arranjos dos violonistas João Ferreira e Vinícius Vianna, professores da Escola de Música de Brasília (EMB), que integram o duo “Dois Violões”. O diretor da EMB, Davson de Souza, também marcou presença. Dirigida pela jornalista Hariane Bittencourt, ex-aluna da Católica, a dinâmica da solenidade integrou a exibição de detalhamento do conceito que orienta a pesquisa. O vídeo pode ser conferido aqui.

Pesquisa criativa

Coordenado pelo professor e pesquisador Alexandre Kieling, da UCB, o Panorama é realizado pelo Mestrado Inovação e Comunicação e Economia Criativa da Universidade Católica de Brasília. A pesquisa conta com uma equipe de mais de 40 integrantes, incluindo docentes, mestrando, graduandos e profissionais técnicos. Nove professores da universidade estão à frente das etapas de 1 a 4 da pesquisa. São eles: Florence Dravet (líder da fase 1), Alberto Marques (fase 1), Leandro Bessa (líder da fase 2), Clarissa Motter (fases 2 e 4), Weslley Sepúlvida (fase 2), Victor Laus (líder da fase), Ciro Inácio (fase 3), Gilberto Josemin (fase 3) e Robson Dias (fases 3 e 4).

Com a finalidade de investigar, identificar e analisar vocações e competências da economia criativa no Distrito Federal e suas regiões administrativas, o Panorama da Economia Criativa do DF fará, até o final do ano, proposições de estratégias e planos de ações de curto, médio e longo prazos, voltados para a organização de polos articulados em clusters e em arranjos produtivos locais nas regiões administrativas. “Por meio dos nossos docentes, das nossas pesquisas, estamos contribuindo com vocês com o crescimento do Brasil em uma inclusão social que é a missão da Católica também”, comemora o reitor da UCB, Carlos Longo.

A pesquisa conta com o fomento de órgãos públicos e privados. São eles: Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do DF (Fecomércio), junto à Câmara de Economia Criativa da Fecomércio, Secretaria de Turismo do Distrito Federal (Setur) e Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF).

Para Cristiano Araújo, secretário de turismo do DF, Brasília tem vocação para o turismo e precisa se reinventar para atrair mais visitantes à capital. “Eu vejo essa pesquisa como uma ferramenta estratégica para nós”, destacou.

A pesquisa também conta com o apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF. “Brasília é uma cidade vocacionada para a produção cultural e artística, com viés empresarial”,  apontou o secretário Bartolomeu Rodrigues.

Participação na economia criativa

Além de mapear mais de 90 mil agentes criativos registrados no DF, a pesquisa inédita identificou que a taxa de participação da economia criativa no produto interno bruto (PIB) local é de 3,5%, gerando mais de R$ 9 bilhões no ano passado. O setor de serviços, por exemplo, é o maior gerador de PIB no DF, indica levantamento do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPE-DF). Para se ter uma ideia, a Construção Civil possui a maior produção de PIB no setor da indústria, com percentual de 2,5%, resultando em aproximadamente R$ 6 bilhões, conforme publicação do IPE em 2022.

“O Distrito Federal sai na frente mais uma vez, agora com o Panorama da Economia Criativa do DF. Fomos a primeira Federação do Comércio do País a criar uma Câmara Empresarial para tratar desse tema. Agora temos detalhes sobre dimensão e a importância desse segmento para a formulação de políticas públicas de desenvolvimento. Tenho certeza de que avançaremos muito nos próximos anos”, disse José Aparecido Freire, presidente do Sistema Fecomércio-DF.

O perfil sociodemográfico revela a predominância de agentes criativos do sexo masculino (exceto no artesanato, gastronomia, moda e criação literária), pardos e brancos, na faixa etária acima dos 30 anos e alta escolaridade, com ensino superior completo e outra parte com ensino médio completo. Os dados foram obtidos a partir da combinação da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) e Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) 2.0, por círculo e domínio criativo levantados no DF pela pesquisa, na RAIS 2021.

Os resultados quantitativos do Panorama também foram baseados em registros oficiais de vários órgãos. São eles: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ministério do Trabalho e Previdência, Receita Federal, Secretaria da Fazenda do DF, da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), das Secretarias de Turismo e da Cultura do DF, além das organizações e associações de atividades criativas.

O vice-presidente da Câmara de Economia Criativa da Fecomércio-DF, Reinaldo Gomes, falou sobre a importância da continuidade da pesquisa. “É um levantamento robusto. Estamos falando de dados muito completos, que foram coletados de uma forma ampla, e que a gente pretende renovar, buscando recursos para que isso aconteça”, afirmou Gomes. O vice-presidente também anunciou a criação do Observatório dos Domínios Criativos que nasce com o propósito  de articular a inteligência de dados da Economia Criativa estimulando a continuidade da pesquisa.

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