Médico ortopedista destaca que a cirurgia pode ser a solução para deformidades e discrepâncias no comprimento dos membros
Você já ouviu falar em alongamento ósseo? A técnica, cada vez mais utilizada na ortopedia, serve para corrigir discrepâncias no comprimento dos membros e deformidades ósseas. O ortopedista e especialista em restauração e alongamento ósseo, do Grupo RegenBone, Bruno Lopes, explica que esse procedimento permite aumentar o comprimento de um osso, oferecendo uma alternativa eficaz tanto estética quanto funcional para pacientes que sofrem com essas condições.
“O alongamento envolve a instalação de um dispositivo chamado fixador externo, que é colocado após uma osteotomia (corte do osso). Esse dispositivo é ajustado gradualmente, permitindo que o osso se alongue cerca de um milímetro por dia, enquanto o corpo forma novo tecido ósseo para preencher o espaço criado”, explica Lopes. Ele também destaca que, com os avanços da tecnologia, fixadores externos estão sendo substituídos por dispositivos internos, oferecendo mais conforto ao paciente, pois não há componentes visíveis na pele.
Mas quando esse procedimento é necessário? De acordo com o especialista, a técnica é indicada em uma série de situações, incluindo deformidades congênitas, discrepâncias no comprimento das pernas, sequelas de fraturas complexas e até doenças ósseas específicas. “O alongamento vai muito além da questão estética. Ele pode ser crucial para a reabilitação, melhorando a mobilidade, a funcionalidade e, principalmente, a qualidade de vida do paciente”, afirma o ortopedista.
Porém, antes da cirurgia, o Dr. Bruno Lopes destaca a importância de uma avaliação completa, que inclui exames de imagem, análises laboratoriais e seguir rigorosamente as orientações pré-operatórias. Já no pós-operatório, os cuidados envolvem manter a área da cirurgia limpa, seguir orientações de fisioterapia e comparecer a todas as consultas de acompanhamento. “O monitoramento de possíveis complicações, como infecções, é fundamental para um bom resultado”, reforça.
Por ser um processo de recuperação longa, Lopes enfatiza a necessidade de paciência e comprometimento por parte do paciente. “O acompanhamento psicológico também pode ser necessário, já que o período de recuperação pode ser emocionalmente desafiador. Contudo, os resultados costumam ser muito satisfatórios, proporcionando uma grande melhora na qualidade de vida”, conclui.
Há restrições?
Apesar de ser uma solução eficaz, Dr. Bruno alerta que existem restrições. Pacientes com infecções ativas, doenças osteometabólicas graves, como osteoporose, ou condições médicas que comprometam a cicatrização, como diabetes descontrolada, podem não ser candidatos adequados. O médico pontua que a avaliação pré-operatória é fundamental para garantir a segurança e o sucesso do procedimento.
Alongamento Ósseo no SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece o alongamento ósseo, mas a disponibilidade pode variar conforme a região e a demanda. “É importante que o paciente busque um especialista para discutir as opções e verificar como proceder dentro do sistema público de saúde”, conclui o médico do Grupo RegenBone.