Turismo: Tecnologia pode elevar PIB do setor em R$ 2 bi

turismo
Vila Nova, no estado do Rio de Janeiro. Foto: Victor Freitas/Pexels

O levantamento feito pela Buser prevê o aumento das viagens de ônibus e o incremento em 80% na geração de empregos nos setores de turismo e transporte

O primeiro Anuário LCA/Buser de Transporte Rodoviário de Passageiros no Brasil lançado neste mês traz revelações importantes para o setor de turismo e transporte no país. De acordo com o levantamento, a tecnologia e a inovação no setor de transporte rodoviário de passageiros estão baixando os preços das viagens, e com isso, mais pessoas estão podendo viajar.

O estudo ainda traça um raio-x da mobilidade nas estradas brasileiras nos últimos anos, e traz perspectivas para o setor até 2025 a partir de dados operacionais da ANTT, de agências reguladoras de transporte estaduais, e da própria Buser e suas parceiras de fretamento.

O principal destaque do material produzido pela LCA é justamente a contribuição das plataformas tecnológicas para o crescimento do setor nos próximos quatro anos. Pelos cálculos da consultoria, o aumento “natural” da demanda por transporte rodoviário em 2025 seria de 14,5%, considerando a média de preços praticada atualmente pelas empresas ditas regulares. No entanto, com a presença de plataformas tecnológicas como a Buser (que oferece viagens usando o modelo de fretamento colaborativo), esse crescimento pode chegar a 29,7% no mesmo período. Isso mostra que a tecnologia tem potencial para dobrar o aumento da demanda por transporte rodoviário projetado para 2025.

“A tecnologia no mercado de viagens rodoviárias de ônibus é boa para os passageiros, boa para as empresas operadoras e, consequentemente, boa para a economia, pois estamos falando de mais emprego e mais concorrência. É isso que começamos a ver com a chegada de novos aplicativos, e é isso que veremos cada vez daqui para a frente”, afirma Luiz Marcelo T. Alves, pesquisador de políticas públicas na Buser.

O anuário destaca, ainda, que o efeito da concorrência no mercado de transporte rodoviário, gerado pela chegada da tecnologia, pode aumentar o PIB do turismo em R$ 2 bilhões em 2025. Um incremento de 80%, já que a previsão sem a tecnologia fica na casa dos R$ 2,5 bilhões. Com as plataformas de viagens, o valor estimado chega a R$ 4,6 bilhões, dado o aumento da demanda.

Outro impacto positivo da inovação está na geração de emprego: com a expansão de operações como a da Buser, a expectativa é gerar mais 110 mil empregos no setor de transportes em 2025. Um incremento de 50 mil postos adicionais de trabalho graças aos aplicativos, já que a projeção inicial sem a presença das plataformas tecnológicas era de 60 mil.

“Para o serviço de transporte rodoviário poder chegar a mais gente precisamos resolver a questão da retomada da atividade econômica, mas também superar entraves regulatórios que dificultam a expansão de inovações como o fretamento colaborativo. Além de favorecer a condução de políticas públicas em sentido amplo, a superação desses entraves vai ajudar a trazer mais competição, digitalização e maior grau de eficiência econômica, gerando serviços com mais qualidade e a preços mais módicos para o consumidor”, afirma Claudia Viegas, economista-chefe da LCA.

Tecnologia alavancará o setor ainda mais no Norte e Sudeste

turismo

Analisando os dados por região, o Norte aparece como destaque em relação ao crescimento que as tecnologias podem trazer ao setor de transporte nos próximos nos próximos quatro anos. Num cenário em que haveria apenas o incremento de renda per capita, estima-se um crescimento de mais de 26% na demanda por transporte nessa região. Já num cenário com reduções de preço em decorrência de plataformas como a Buser, o crescimento estimado salta para 42%. Isso só considerando a região Norte.

Movimento semelhante nota-se em relação ao Sudeste: a redução no preço das viagens de ônibus gerada pelas plataformas de tecnologia deve gerar na região um crescimento no setor de transporte rodoviário de cerca de 41%, uma variação até maior do que na projeção nacional. Sem a presença da inovação, o aumento do volume de passageiros seria menor, em torno de 25%.

“Um país de dimensões continentais como o Brasil precisa de soluções que combinem diferentes modais e diferentes modelos para transporte de passageiros. O agente público pode contar com o fretamento colaborativo para suprir lacunas no setor rodoviário, incrementando a quantidade e qualidade dos serviços sem onerar as contas públicas”, afirma Viegas. “Favorecer a competição, para que haja mais inovação e eficiência produtiva, com redução de preços e incremento de qualidade, é o que a sociedade brasileira necessita”, conclui.

Olhando apenas para São Paulo e Minas Gerais, estados de maior representatividade no transporte rodoviário do Brasil, projeta-se um crescimento potencial ainda maior com a presença das plataformas de tecnologia. Em São Paulo a expansão estimada chega a 43,7%, com um fluxo interestadual de passageiros de 13,5 milhões. Já em Minas, estado que recentemente aumentou a restrição em relação à Buser e suas parceiras de fretamento, a expansão pode alcançar 42,5%, resultando em mais 4,3 milhões de usuários do serviço.

Em um cenário sem a participação das plataformas, o crescimento da demanda em São Paulo seria de apenas 28,5%, enquanto em Minas seria de 27,4%. Ou seja, a inovação trazida pela tecnologia, em ambas as cidades, tem potencial para incrementar em pelo menos 15 pontos percentuais as taxas de aumento da demanda por viagens rodoviárias.

 

Open chat
Olá,
Agradecemos o seu contato! Como podemos te ajudar?