
A safra brasileira de soja 2025/26 deve consolidar ainda mais a posição do país como líder global na produção e exportação do grão. Segundo projeções do USDA, a produção poderá alcançar 175 milhões de toneladas, com possibilidade de superar essa marca caso as condições climáticas sejam favoráveis. O crescimento dependerá principalmente de ganhos de produtividade, uma vez que a expansão da área plantada deve ser moderada, em torno de 2%, totalizando aproximadamente 48,3 milhões de hectares.
Clima como fator decisivo
O comportamento dos fenômenos El Niño e La Niña continuará sendo determinante para o desempenho da safra. Esses padrões climáticos afetam diferentemente as regiões produtoras: enquanto o El Niño tende a beneficiar o Sul com chuvas, pode causar secas no Centro-Norte; já o La Niña inverte esse cenário, elevando o risco de estiagem no Rio Grande do Sul. A distribuição regular das chuvas ao longo do ciclo da soja, especialmente durante o plantio, floração e enchimento de grãos, será crucial para atingir o potencial produtivo esperado.
Pressão de custos e investimentos
Os elevados custos de insumos, como fertilizantes e defensivos, além das despesas com frete, têm limitado investimentos em tecnologias de alto valor agregado e adubação de manutenção. Essa contenção de gastos pode refletir em menor produtividade por hectare e, em alguns casos, atrasos no plantio, impactando diretamente o resultado final da safra.
Contexto internacional
A guerra comercial entre China e Estados Unidos mantém a demanda aquecida pela soja brasileira, com exportações recordes direcionadas ao mercado asiático. Apesar da grande oferta projetada, os estoques globais permanecem relativamente baixos, o que torna a safra brasileira um ponto de atenção para o mercado internacional e amplia a volatilidade dos preços diante de qualquer sinal de adversidade climática.
Sustentabilidade e inovação
Para consolidar a liderança global a longo prazo, especialistas destacam a necessidade de intensificar práticas sustentáveis, investir em biotecnologia e agricultura de precisão, além de superar os gargalos logísticos e de armazenagem. A combinação entre inovação e gestão de riscos climáticos e de mercado será essencial para que o Brasil transforme seu potencial produtivo em posição sólida no cenário agrícola mundial.




















