PAINEL 2022 debate a quarta transição energética e aponta caminhos para o aprimoramento da infraestrutura nacional

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Foto: Raquel Paternostro

Em dois dias, mais de 20 especialistas do setor público e privado debateram a transição energética e outros temas relativos à infraestrutura

Pela quarta vez na história, o mundo vive um processo de transição energética. Dentro desse contexto, o Brasil apresenta vantagens competitivas e especialistas vislumbram os passos para garantir que o país tenha um papel de protagonista internacional.

A matriz energética brasileira, em comparação com países europeus, apresenta fontes limpas e diversas. As hidrelétricas, as usinas fotovoltaicas e os biocombustíveis mostram que o país usa e conhece soluções aliadas do meio-ambiente.

Esse tema e outros relacionados à infraestrutura foram debatidos por mais de 20 especialistas durante a edição de 2022 do PAINEL, o Pacto pela Infraestrutura Nacional e Eficiência Logística, organizado e promovido pelo Instituto Besc. Durante os dias 22 e 23 de novembro, a sede da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) recebeu o simpósio.

Giovani Machado, diretor de Estudos Econômico-Energéticos e Ambientais da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), reafirmou que o país se encontra em uma posição privilegiada no que ele chamou de quarta transição energética na história. O setor elétrico brasileiro é renovável e de baixo carbono, e isso se dá pela matriz energética utilizar mais as hidrelétricas e não às termoelétricas como é o caso de países europeus ou dos Estados Unidos.

Ao falar de combustíveis do futuro, Machado contou que já existe uma movimentação para realizar uma consulta pública para o Programa Nacional do Hidrogênio. O novo combustível, segundo o especialista, poderá ser importante na transição energética, especialmente, para setores da indústria de difícil abatimento energético.

Citando a fala de John Kerry na COP27, o palestrante lembrou que a energia nuclear voltará a ser uma opção importante para a transição energética, que deve ser entendida como um processo com desafios e oportunidades já presentes. Sendo assim, o Brasil deve ter um planejamento para não perder possíveis vantagens competitivas. 

Ainda sobre a transição energética, Sidnei Guimarães, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Aggreko, trouxe o exemplo da Argentina, o país hoje planta milho para a produção de energia. Esse poderia ser um modelo para inspirar o Brasil a ampliar o uso do biocombustível.

A transição foi tema da sessão 4, que pode ser vista na íntegra pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=ZBJTSWmJkdk

Infraestrutura

O Brasil vive um momento de transição na presidência da República e os palestrantes entendem que a infraestrutura deve ser entendida como uma política de Estado e não de Governo. Como afirmou o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Eduardo Nery, a “infraestrutura tem prioridades de ordem técnica que independem do governo da vez”. 

Em dois anos à frente da agência, Nery seguiu destacando os avanços conquistados pela Antaq, em especial no planejamento do setor e espera que a boa governança na infraestrutura siga nos próximos anos,”isso requer nomes técnicos, qualificados para operar os setores que executam as políticas públicas”, disse.

Responsável pelos investimentos na América Latina do Terminal Investment Limited (TIL), Patricio Junior entende que o país deve evoluir para regras mais simples e claras para impulsionar negócios e atrair mais investidores.

O diretor da TIL afirmou que após a participação no PAINEL 2022, ele iria se reunir com com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, para apresentar os planos e expectativas para o investidor estrangeiro, que ele representa. Patricio Junior ainda afirmou que  deseja a continuidade nas melhorias já alcançadas pelo país no setor de infraestrutura em logística.

Assista na íntegra a sessão 1: https://www.youtube.com/watch?v=gKHg-lzg2Lc

É a vez das hidrovias?

De tamanho continental, o Brasil ainda vive o dilema de depender mais das rodovias para o transporte de pessoas e cargas e como pontuou o  diretor da FGV transportes, Marcus Quintella, a multimodalidade no transporte de cargas e passageiros aparece como soluções para que o país de fato se desenvolva.

O transporte aquaviário, debatido na sessão 6, pode emergir como uma solução lucrativa para empresas e para o país. Um exemplo, está no sul da Bahia, o Porto de Caravelas. Com um modelo multimodal e com a criação de nova Zona de Exportação (ZPE), o projeto deverá trazer benefícios socioeconômicos para três estados, Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais. 

Para ter mais barcos nos rios e nos mares, não basta o investimento na construção de portos, neste momento, como lembra Luís Resano, diretor-executivo da ABAC, ainda é preciso aumentar a frota marítima no Brasil, que ainda tem um mercado a explorar: o frete marítimo internacional, segundo o executivo, são poucos os navios que carregam a bandeira brasileira.

Por outro lado, houve um crescimento importante no transporte marítimo no país nos últimos dez anos. O agronegócio é um dos responsáveis por isso, e o setor utiliza navios para o transporte interno de produtos, como sacos de arroz ou aparelhos televisores.

A seca e o assoreamento dos rios brasileiros são desafios que não podem ser esquecidos, esses dois fatores podem reduzir a quantidade de bens transportados por cabotagem neste semestre. E por isso que Resano destaca a importância dos investimentos em infraestrutura para que os rios brasileiros possam ser ou se tornar navegáveis. 

Assista ao Painel 2022 

É possível assistir na íntegra os debates realizados no Painel 2022. Para isso, basta acessar o canal do YouTube do Institutito Besc. 

Primeiro dia Painel 2022

Segundo dia do Painel 2022

 

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