Novo procedimento de endoscopia tem resultados positivos em um mês

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Os médicos Thiago Ferreira Souza, Manoel Galvão Neto e Eduardo Grecco foram os primeiros na América Latina a realizarem a fundoplicatura endoscópica, com uso do Esophyx. Foto: divulgação.

Diogo dos Santos, 37 anos, foi o primeiro brasileiro a ser submetido ao procedimento e destaca a recuperação rápida da técnica

Fundoplicatura endoscópica é o nome da novidade que começa a ser realizada no país. O procedimento oferece aos pacientes uma recuperação rápida e com resultados efetivos. A Agência Nacional Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso em outubro do ano passado e no fim de janeiro de 2021, Diogo dos Santos, foi o primeiro a ser submetido ao recurso terapêutico no país.

O procedimento já é realizado nos Estados Unidos e na Europa há mais de dez anos. Desde a liberação da Anvisa em 2020, um grupo de médicos especializados em cirurgias digestivas e endoscopia realizaram um treinamento promovido pela empresa responsável pela tecnologia, a EndoGastric Solutions. 

No dia 30 de janeiro, o médico Diogo dos Santos, 37 anos, se submeteu à fundoplicatura endoscópica, com uso do dispositivo médico Esophyx. Ele sofria há um ano com o agravamento dos sintomas da Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE), que atinge 30% da população adulta do país, segundo os dados da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG)

Menos de dois meses após o procedimento, o médico conta que “nas primeiras duas semanas há um certo desconforto ao ingerir alimentos, por isso no começo é necessário uma dieta especial, mas algo bem controlável, e depois se percebe uma melhora muito significativa”.

O procedimento

O procedimento foi realizado no Hospital San Gennaro, na cidade de São Paulo, com equipe comandada pelo cirurgião do aparelho digestivo Eduardo Grecco. O trabalho contou com o auxílio do gastroenterologista e cirurgião Manoel Galvão Neto e do também cirurgião Thiago Ferreira Souza.

O cirurgião Eduardo Grecco avalia positivamente a primeira fundoplicatura endoscópica realizada no país. “Não tivemos nenhum tipo de intercorrência. Foi um sucesso total. Acredito que esse novo procedimento, em muito pouco tempo, terá um grande espaço no tratamento da doença do refluxo no Brasil”, contou.

Uma vantagem importante do procedimento é o tempo de recuperação, em 24 horas já é possível voltar às atividades profissionais. “Teoricamente é um procedimento em que o paciente pode ser liberado no mesmo dia, mas nesta primeira realização, optamos como protocolo manter ao menos um dia de internação”, explica Grecco.

Os pacientes precisam ter cuidados com a alimentação nas duas primeiras semanas, como esclarece o cirurgião: “são cinco dias de uma dieta líquida mais restrita, depois mais cinco dias com uma dieta líquida com sopas, e após estes dez dias o paciente passa por uma consulta para avaliação. Estando tudo bem, passa-se para uma dieta mais cremosa ou pastosa por uns cinco dias e então volta para sua dieta normal”.

Benefícios para os pacientes

O novo recurso é indicado para cerca de 40% dos pacientes com DRGE, em especial, aqueles que não conseguem ter resultados favoráveis com o uso de medicamentos.  “Temos muitos pacientes que não toleram o uso de algumas medicações, sem falar dos efeitos colaterais do seu uso a longo prazo”, lembra o médico.

A qualidade de vida é um benefício precioso para os pacientes, isto porque o reflexo impacta diretamente e pode agravar doenças existentes como bronquites e asmas, e provocar outras, como úlcera do esôfago  e o chamado esôfago de Barrett, que pode evoluir para um câncer. Existem mais complicações da doença, exemplos: inflamação das cordas vocais, engasgos frequentes e noturnos e dificuldades para engolir, entre outras.

“É uma doença que impacta fortemente o sono da pessoa, que também passa a se privar de todo tipo de alimento para não ter os sintomas do refluxo e com isso a qualidade dessa alimentação também cai. O paciente também se priva até de ir a eventos sociais e isso também afeta a autoestima. Ou seja, é uma doença que interfere em todos os âmbitos da vida do paciente, seja ele familiar, social e profissional”, afirma Eduardo Grecco.

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