Maurício de Almeida lança Equatoriais em Brasília

Foto: Raissa Azeredo

Obra amplia o foco proposto pelo bem-sucedido Beijando Dentes, vencedor do Prêmio Sesc de Literatura

O evento de lançamento com uma roda de conversa acontecerá no dia 27 de outubro às 19h na Circulares Livraria

Após um hiato de sete anos, Maurício de Almeida, vencedor do Prêmio Sesc de Literatura e do Prêmio São Paulo, volta à cena literária brasileira com Equatoriais, um livro com treze contos que mergulha o leitor em viagens pelo Brasil e pelo universo da subjetividade humana.

Lançamento da Maralto Edições, cada conto da obra é uma viagem singular em que a busca por respostas é motivada pelo desconforto pessoal dos personagens, gerando intensos processos de aprendizado e autodescoberta. Equatoriais vai além das fronteiras geográficas e revela um Brasil invisível aos olhos desatentos. As histórias sensíveis e cativantes dos personagens expõem um panorama sentimental diverso, explorando o amadurecimento tanto individual quanto coletivo.

“A concepção do livro aconteceu ao longo da última década”, explica Maurício de Almeida. “Tal como Beijando dentes (Record, 2007), o livro foi construído aos poucos: assim que passei a acumular alguns contos esparsos, notei que parte deles dialogava entre si, que tratava de temáticas semelhantes. Então, passei a escrever novos contos a partir dessa temática comum, que, no caso de Equatoriais, referia-se a deslocamentos pelo Brasil e ao impacto que essas situações causavam nos personagens. Um fato interessante sobre a produção do livro foi tê-lo encerrado durante a pandemia, pois foi durante a quarentena, quando não era possível sequer sair de casa, que concluí uma obra cujo tema central é viajar.”

Com um enredo envolvente e uma linguagem que combina poesia e relato, Equatoriais abre com o conto que dá título ao livro. Nele o autor dimensiona o trajeto, escreve as estradas pelas quais se buscam e colidem não apenas as relações de afeto, mas a própria planta baixa do país. O leitor faz uma travessia pelos estados brasileiros, e se depara com povos originários, generais e relações paternas. “Estuário” revela pai e filho numa situação inusitada que os fará jogar, literalmente, o mesmo jogo. Em “Adentro”, o leitor faz um mergulho na desolação indígena diante de uma transamazônica que não leva a lugar nenhum.

“O livro é autobiográfico na mesma medida em que Flaubert é madame Bovary”, reflete Maurício. “Os contos, os personagens são mobilizados por coisas que me mobilizam também, mas as experiências que vivem, a forma como encaram e resolvem os dilemas que confrontam em nada me dizem respeito. O que talvez seja mais compartilhado entre nós (personagens e eu) seja a posição de que falam sobre essas experiências. Por exemplo, quando se deparam com questões indígenas, a posição de onde falam é de um homem branco, urbano, a quem a vivência compartilhada necessariamente impõe uma diferença, fato que os impede de assumir a voz indígena.”

Sem publicar livros desde 2017, quando recebeu o cobiçado Prêmio São Paulo de Literatura na categoria autor estreante com menos de 40 anos pelo romance A instrução da noite, Maurício vem se expandindo em outras expressões artísticas, imprimindo novas habilidades em peças de teatro e roteiros de curta-metragem. Essa rica imersão em diferentes linguagens é a base de sua habilidade única de transitar com maestria entre os universos literários, explorando as nuances que cada um oferece e trazendo à tona novidades que enriquecem suas obras. Em Equatoriais ele expande o foco, que anteriormente dedicava-se à família e aos afetos íntimos, ao explorar afetos fraternos, românticos e eróticos.

O livro já está disponível nas principais livrarias e plataformas digitais e é uma rica oportunidade de viagem pelo Brasil e pela complexidade das relações humanas.

Equatoriais:

Páginas: 156

Autor: Maurício de Almeida

Preço: R$ 44,90

Editora: Maralto Edições

Vendas: Amazon

 

Lançamento com roda de conversa

Dia: 27/10, às 19h

Onde: Circulares Livraria – Asa Norte 113, BL A, Loja 7, Brasília

Parcipação: Vivian Nickel, mestre em letras pela UFRGS e docente do Laboratório de Contos

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