Institutos Feira Preta e Afrolatinas abrem edital de auxílio financeiro para empreendedores negros e indígenas

Empreendedores negros
Créditos: Divulgação/Instagram/@FeiraPreta

Serão R$ 100 mil destinados a 100 projetos da área de cultura 

Feito para ser uma das ações em comemoração ao Dia da Visibilidade Trans (29), os institutos Feira Preta e Afrolatinas em parceria com a Fundação Open Society, estão com uma novidade para criadores(as) negros e indígenas na América Latina e Caribe.  Estão abertas as inscrições para o edital do Latinidades Pretas, plataforma direcionada para o reconhecimento, viabilização e premiação de conteúdos inéditos que este ano, terá como tema central o foco na cultura e comunidade LGBTQIA+. No total, serão revestidos R$ 100 mil em 100 bolsas de auxílio financeiro para empreendedores que trabalham no setor de cultura e economia criativa.

“Esta edição do Latinidades Pretas objetiva gerar renda e dar suporte a empreendedores e empreendedoras negras e indígenas, com foco na diversidade sexual e de gênero, valorizando suas trajetórias e negócios dentro da cadeia produtiva da cultura. É urgente combatermos a marginalização, discriminação e todo tipo de violência contra corpos LGBTQIA+. Queremos reafirmar que estamos comprometidas com essas vidas, com a memória, história e proteção do patrimônio cultural imaterial de suas culturas e com o reconhecimento da contribuição desta população para a sociedade”, explica Jaqueline Fernandes, fundadora do Instituto Afrolatinas.

Os principais intuitos do projeto são colaborar com a redução dos impactos econômicos causados pela pandemia da covid-19 e facilitar o ingresso dessa população nos principais setores da indústria cultural e criativa. “Em 2020, a primeira etapa do Latinidades Pretas teve entre os seus objetivos criar um espaço para abrigar portfólios de trabalhadoras negras da cultura, registrando a memória de seus feitos e gerando novas oportunidades. O projeto recebeu 1.444 inscrições, de todas as regiões brasileiras e nove países. Ao todo, 69 trabalhadoras da cultura receberam bolsas, e seus trabalhos entregues geraram conteúdos para a plataforma Latinidades Pretas”, conta Adriana Barbosa, fundadora do Instituto Feira Preta.

Artes cênicas, visuais e plásticas, audiovisual, música, literatura, moda e gastronomia são alguns dos ramos culturais contemplados pelo edital, que também beneficia as áreas técnicas de gestão, comunicação e produção cultural. Quem desejar se inscrever, o projeto será submetido à seleção e avaliação de uma Comissão coordenada pela equipe do Instituto Afrolatinas, com mais dez curadores especialistas externos.

Além do investimento de R$ 1.000,00, a pessoa contemplada ganha uma mentoria dentro da metodologia do Afrolab, que o Instituto Feira Preta possui em parceria com o British Council, entidade que estimula a capacitação técnica e criativa de empreendedores negros. A metodologia utilizada usa saberes ancestrais, combinados com aspectos de valorização da cultura afro-diáspora na América Latina, auto conhecimento, capacidade de gestão e acesso a serviços financeiros e mercados.

Uma das exigências é que as propostas sejam inéditas.  Os modelos podem ser enviados em diferentes formatos criativos, como música, poesia, crônica, conto, texto, fotos, podcast, croquis, ensaios, performance, oficina, curso, apresentação artística, entre outros.

As inscrições para o Latinidades Pretas vão até 20 de fevereiro e devem ser feitas no site do projeto, www.latinidadespretas.com.br. Com foco na acessibilidade, a iniciativa aceita também candidaturas orais e em libras. A lista de selecionados será divulgada no dia 31 de março, nas redes sociais do projeto.

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