Iate Clube recebe seminário internacional do Unicef

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Foto: Larissa Leite/Iate Clube

Iate Clube de Brasília é um dos signatários do programa coordenado pelo Unicef, em parceria com OIT e MTE

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), realizou o evento “Seminário internacional: inovação em políticas de transição da escola para o trabalho” no Salão Social do Iate Clube, nos dias 17 e 18 de setembro.

Durante os dois dias de evento, participantes e especialistas na área participaram de workshops e debates com a intenção de construir uma agenda robusta para criar mais oportunidades para que jovens em situação de vulnerabilidade consigam pleitear o primeiro emprego.

O oficial de educação da Unicef, Gustavo Heidrich, pontuou que nas Américas, central e sul, são mais de 160 milhões de jovens, distribuídos em 36 países, e a taxa de informalidade chega a 70%: “Grande parte dos nossos jovens latinos-americanos estão em um trabalho precário ou empreendendo de forma precária. É uma região que tem negado o direito de oportunidades para a nossa juventude e acredito que a ideia do evento é reunir países estratégicos, como  Brasil, Argentina, Chile e Jamaica, para discutir soluções, políticas públicas e programas que possam ser implementados”, disse o representante da Unicef.

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Luiz André Almeida Reis. Foto: Larissa Leite/Iate Clube

Na cerimônia de abertura do evento, o Comodoro Luiz André Almeida Reis discursou brevemente; ele  destacou a iniciativa e celebrou o fato de abrir as portas do Clube para que jovens possam dar os primeiros passos na carreira profissional. O Iatista ressaltou que, em 2017, durante a gestão de Edison Garcia, o Iate realizou um programa similar e o resultado foi satisfatório, afinal, uma das participantes do projeto hoje é gestora da Náutica.

“Por isso, nos sentimos honrados em sermos signatários do Pacto Nacional pela Inclusão Produtiva das Juventudes, assim como em participar do grupo de trabalho, que discute soluções para reduzir os entraves no caminho do jovem em situação de vulnerabilidade que busca a primeira experiência no mercado de trabalho”, disse o Comodoro em discurso.

A diretora Administrativa e de Recursos Humanos, Fernanda Santiago Sales, esteve presente no evento e participou do projeto no Clube em 2017. Agora, ela celebra o convite feito por Ana Alencastro, do Ministério do Trabalho e Emprego, para que o Iate voltasse a ter o papel de protagonismo nesse projeto: “Isso, particularmente, me encanta e faz com que eu me sinta honrada por estar na diretoria”.

Ao ser signatário do programa, o Iate, como sinaliza a diretora, ocupa um papel importante, sendo muito mais do que um clube social e esportivo. “Nós somos um Clube que se preocupa com a sociedade onde estamos inseridos e esse projeto vai ao encontro das nossas políticas dentro do Iate, da nossa missão, de valores tanto enquanto corpo social quanto funcional. O importante é que estamos fazendo e contribuindo para o melhor do Distrito Federal”.

Mesa de abertura

Além do Comodoro do Iate, estavam presentes na mesa de abertura do fórum: Aguinaldo Maciente, especialista em Políticas de Emprego e Mercado de Trabalho da OIT; Saumineo da Silva Nascimento, representante do Ministério do Desenvolvimento Social; Alexandro do Nascimento Santos, diretor de Políticas e Diretrizes da Educação Básica Integral do Ministério da Educação; Miguel Intra, coordenador geral de relações federativas e interministeriais da Secretaria Nacional da Juventude; Youssouf Abdel-Jelil, representante da Unicef; Francisco Macena, ministro interino do MTE; e Danielle Mullings, representante da juventude jamaicana.

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Foto: Larissa Leite/Iate Clube

O representante do Ministério da Educação, Alexandro do Nascimento Santos, destacou que o programa “Pé de Meia”, implantado pela pasta que garante ao estudante que conclui o ensino médio um incentivo, precisa se conectar com a política do MTE para aumentar a sua eficiência. Mais um ponto indicado foi a falta de um sistema nacional de educação, e um dos caminhos viáveis para auxiliar jovens na carreira profissional é a formação pelas escolas técnicas.

Durante a abertura, o ministro interino da pasta de Trabalho e Emprego, Francisco Macena, trouxe uma reflexão importante: “Muitos jovens abandonam a escola e vão para atividades informais ou criminosas. O custo de não investir nesses jovens é um preço que não podemos pagar”. 

Entendendo que o mercado de trabalho e a sociedade vêm passando por alterações, Macena destacou a importância de dar voz aos jovens, uma vez que as formas tradicionais nem sempre irão atender a esse grupo. E, dirigindo ao público presente, pediu que a juventude assuma um papel de protagonismo nesse processo.

Após a cerimônia, o ministro elogiou o Iate por abrir as portas para receber o evento e por ser signatário da iniciativa proposta pela Unicef, pela OIT e pelo MTE: “Essa é uma tarefa da sociedade e, portanto, todos precisam estar envolvidos. O Iate já tem uma experiência muito importante e oferece um setor, o setor esportivo, que é de grande atratividade para os jovens. Esse seminário internacional, com os demais países da América Latina e do Caribe, é uma grande oportunidade para pensarmos em políticas públicas e, a partir dos jovens, são eles que podem nos dizer qual o futuro que eles desejam para que possamos construir um caminho”. 

Encerrando a cerimônia de abertura, o discurso de Danielle Mullings, representando a juventude jamaicana, foi recebido por aplausos efusivos por convocar os jovens a “falar alto” e deixar claro as demandas para que especialistas e governos possam atender a agenda debatida. Feliz em estar no Brasil, a jovem de Kingston, “uma pequena ilha”, celebrou o fato de participar do seminário e poder representar os jovens e dar voz a uma pauta crucial para milhões de pessoas na Jamaica e na América Latina.

“Um dos planos aqui é criarmos recomendações que vão para o fórum previsto para 2025. Algo que eu gostei muito sobre esse seminário é ver os jovens participando. Na minha mesa aqui estão representantes da Unicef do México, como também alguns representantes da Claro, e isso provoca uma rica discussão sobre como a transição da escola para o trabalho pode ser desafiadora e como esses diferentes setores podem contribuir e avançar nesse tema. Nós podemos contribuir e eu gostaria de ver um plano de trabalho ou um roadmap para indicar para onde iremos depois deste seminário”, disse.   

 

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