Para prestar honrarias à figura sagrada da mitologia criada pelo grupo, o festejo traz, neste fim de semana, Mestre Manoelzinho Salustiano e Samba de Coco Raízes de Arcoverde
A data 11 de setembro 09 marca a comemoração do Dia Nacional do Cerrado, segundo maior bioma da América do Sul e segundo maior do Brasil. A mitologia criada e compartilhada por Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro tem fundamentos cerratenses, inspirados na fauna e na flora locais. Por isso, fazem questão de abrir, gratuitamente, as portas do Centro Tradicional de Invenção Cultural, nos dias 14 e 16 de setembro, a partir das 19h, para celebrar a Festa Alada.
Festas Vivas
Esta edição do encontro faz parte de um novo projeto chamado Festas Vivas — Ciclo de Festeiros Estudos sobre a Cultura Popular. “É um projeto que tem o intuito de festejar nosso lugar e nossa comunidade, mas que se propõe também a filosofar sobre nossas comemorações populares, por meio de um ciclo de estudos. A cada festejo uma roda de conversa com Mestras e Mestres Populares, fazedores de festanças, pesquisadores e gestores culturais, irão conversar e trocar ideias sobre a importância e a sabedoria que permeiam as festas populares brasileiras”, explica o capitão da trupe, Tico Magalhães.
Seu Estrelo entende que a existência da brasilidade só é possível por conta das festas populares. Para o grupo, enquanto a ciência estuda a matéria e o indivíduo, as festas tradicionais buscam o espírito e o coletivo. Assim, os conhecimentos populares ocupam o papel de mecanismos tradicionais de reafirmação da vida.
Por essa razão, produzem uma festa para “as almas conversarem”. Com esse mote, pois, concebem uma diversa programação, que inclui ricos debates e apresentações musicais locais e pernambucanas. Confira:
A programação de homenagem ao Cerrado inclui convites especiais: Samba de Coco Raízes de Arco Verde e Mestre Manoelzinho Salustiano.
Com três álbuns gravados, o Coco de Arcoverde é um dos ícones do gênero, conhecidos por todo o país. Fundado em 1992 por Lula Calixto e pelas famílias Gomes e as irmãs Lopes, ganhou o mundo a partir de 96, apresentando-se pelo Brasil, além de Alemanha, Bélgica, Itália, Noruega e França.
A musicalidade tradicional difundida pelo grupo tem raízes negras e indígenas, além de elementos clássicos do sertanejo nordestino. Sua sonoridade percussiva fundamenta-se no coco trupé, em que o ritmo é ditado pela batida dos pés no chão.
Além do grupo, o Doutor Honoris Causa pela Universidade de Pernambuco, Mestre Manoelzinho Salustiano é o outro convidado da noite.
Representante do Maracatu de Baque Solto, do bordado das golas dos caboclos de lança, além de outras expressões culturais, carrega o legado de Mestre Salustiano, seu pai, uma das personalidades mais importantes da cultura popular brasileira.
Suas contribuições para diversas áreas da cultura são infindáveis. Além de dirigente de maracatu, também é reconhecido por sua habilidade em unir as agremiações em torno da valorização de suas manifestações artísticas.
Para aproveitar ainda mais essa ilustre presença, durante o festejo, Manoelzinho participa de uma roda de debate com gestores culturais, pesquisadores e brincantes locais sobre a importância dos festejos populares. A roda conta ainda com a atriz, diretora e produtora Raquel Poti, e com a jornalista Flávia Aguiar, que também fará uma participação como DJ na festa.
Serviço: Festa Alada — Tradicional Celebração Cerratense de Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro.
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