
O Federal Reserve (FED) realizou nesta semana seu primeiro corte de juros em nove meses, reduzindo a taxa básica americana em 0,25 ponto percentual para a faixa de 4,00% a 4,25% ao ano. Enquanto isso, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic brasileira em 15% ao ano, reforçando uma postura conservadora diante da inflação ainda acima da meta.
Impactos mistos para o agronegócio brasileiro
De acordo com Isabella Pliego, Analista de Inteligência e Estratégia da Biond Agro, a decisão gera efeitos contraditórios para os produtores rurais. A Selic elevada valoriza o real frente ao dólar, reduzindo o custo de insumos importados como fertilizantes e defensivos agrícolas. Por outro lado, encarece o crédito rural, limitando investimentos em expansão e modernização da produção.
Desafios para exportações
A especialista destaca que a valorização cambial diminui a atratividade das exportações, pois cada dólar convertido resulta em menos receita em reais. Isso comprime margens e afeta a competitividade internacional do setor, mesmo com ganhos de produtividade.
Oportunidades estratégicas
Pliego indica que os produtores podem aproveitar a valorização do real para negociar melhores condições na compra de insumos importados e reduzir despesas logísticas. No mercado interno, os efeitos tendem a ser neutros ou levemente positivos, com possível queda de custos sem alterações significativas nos preços de venda.
Recomendações para o setor
“Quem conseguir equilibrar custos, se proteger do câmbio e planejar a longo prazo sairá em vantagem”, finaliza a analista. O cenário exige monitoramento constante da rentabilidade das exportações e estratégias para evitar que os ganhos de produtividade sejam absorvidos pela variação cambial.




















