Especialista alerta sobre 7 doenças que podem causar cegueira em cães e gatos

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Confira ainda como prevenir e tratar esses problemas. Dr Mário Falcão também cita quais as raças mais propensas aos diagnósticos

A cegueira em cães e gatos pode ser causada por diversas condições oculares, muitas das quais são preveníveis ou tratáveis com cuidados veterinários adequados. Pensando nisso, Mário Falcão, especialista em oftalmologia de pequenos animais, do Centro Veterinário da Visão, CVV, destacou sete principais condições que podem levar à cegueira em pets.

Confira também se é possível e como prevenir e tratar esses problemas:

1- Catarata: de acordo com o médico, ela ocorre quando o cristalino do olho torna-se opaco, comprometendo a passagem de luz e a visão. As causas incluem idade avançada, doenças metabólicas como diabetes mellitus, traumas oculares e predisposição genética em raças como Poodle, Cocker Spaniel, Schnauzer, Maltes, Yorkshire, Shih Tzu e Bulldog. “Exames oftalmológicos a partir dos 6 anos de idade, controle de doenças subjacentes e cirurgia de remoção de catarata podem restaurar a visão desse pet, mas o diagnóstico precoce é crucial para aumentar as taxas de sucesso do tratamento”, adiciona.

2- Glaucoma: caracterizado pelo aumento da pressão intraocular, que pode danificar o nervo óptico e causar cegueira irreversível, esta é uma emergência oftálmica que pode se desenvolver rapidamente, especialmente em raças como Basset Hound, Beagle, Bulldog, Cocker Spaniel, Chow Chow, Samoieda, Shar Pei e Husky Siberiano. “O diagnóstico precoce é fundamental, pois a perda de visão causada pelo glaucoma frequentemente é irreversível”, destaca Falcão.

3- Degeneração Progressiva da Retina, APR: Dr Mário explica que esta é uma doença genética que afeta a retina, levando à perda gradual da visão, começando pela visão noturna e progredindo para cegueira completa. “A APR é mais comum em raças como Poodle, Cocker Spaniel e Schnauzer. Infelizmente não há cura, mas testes genéticos podem identificar portadores e prevenir a reprodução de animais afetados”, pontua.

4- Ceratoconjuntivite Seca (CCS) ou “Olho Seco”: segundo o especialista do CVV, essa condição resulta da produção inadequada de lágrimas , causando inflamação e cicatrização da córnea. Raças como Shih Tzu, Lhasa Apso, Pug e Bulldog são mais predispostas. “Para prevenir ou reverter esse quadro o pet precisa de avaliações periódicas e testes diagnósticos avançados. Além disso, o uso de lágrimas artificiais e medicações imunossupressoras podem controlar a condição, e em casos avançados, a cirurgia pode ser necessária”, comenta.

5- Uveíte: esta é uma inflamação da úvea, a camada intermediária do olho, e pode resultar de infecções, traumas, doenças autoimunes ou neoplasias. Essa inflamação prolongada pode causar danos à retina e à cegueira. Conforme o médico veterinário, o tratamento precoce com anti-inflamatórios e antibióticos pode controlar a inflamação e prevenir complicações graves. Ele reforça ainda que é importante tratar condições subjacentes como a leishmaniose e as hemoparasitoses.

6- Descolamento de Retina: ocorre quando a retina se separa do fundo do olho, comprometendo seriamente a visão e, em casos não tratados, levando à cegueira. Cães e gatos com hipertensão arterial (comum em doenças renais ou endócrinas) estão em maior risco e raças como shih tzu possuem maior predisposição ao descolamento de retina espontânea. Dr Mário comenta que o diagnóstico precoce e o controle das condições subjacentes são essenciais, mas a cirurgia pode reverter o descolamento se tratado rapidamente.

7- Doenças Metabólicas: diabetes mellitus, hipotireoidismo e hiperadrenocorticismo (síndrome de Cushing) também podem causar problemas oculares, como catarata e cegueira repentina. “O controle rigoroso dos sinais como aumento excessivo da ingestão de água e frequência da micção podem ser sinais relacionados às doenças endócrinas, por isso, é importante estar atento aos pets”, relata Falcão. 

Conforme o especialista do CVV, essas sete doenças podem ser prevenidas, tratadas precocemente e até evitadas, desde que o pet passe por exames oftalmológicos regulares, dieta e suplementação, e claro, o tratamento precoce e adequado. “O acompanhamento veterinário regular é a chave para preservar a saúde ocular de seus pets”, conclui.

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