Especialista faz alerta para saúde mental de trabalhadores

Foto: Freepik

No mês em que se celebra o Dia do Trabalho, em 1º de maio, a saúde mental dos profissionais em diversos setores da economia se torna um tema crucial, exigindo atenção e ações concretas de agentes públicos e privados. Com o objetivo de educar e orientar, a nova diretriz da RN-1, que inclui os fatores de risco psicossociais no ambiente de trabalho, entrará em vigor no dia 26 de maio, conforme anunciado pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Dados do Ministério da Previdência Social reforçam a importância do assunto. Em 2024, foram registrados quase meio milhão de afastamentos, o maior número em pelo menos uma década. No mesmo período, os transtornos mentais atingiram níveis recordes de incapacitação. Comparando os últimos dois anos, houve um aumento de 68% nas licenças médicas concedidas, totalizando mais de 470 mil casos.

Diante desse cenário, a psicóloga Silvia Cury, especialista do Hcor, chama a atenção para os fatores que afetam diretamente a saúde mental dos trabalhadores, desde questões ergonômicas e condições de trabalho até riscos emocionais, como assédio, culturas corporativas tóxicas, competitividade excessiva e sobrecarga de tarefas.

Ela ressalta que situações adversas no ambiente profissional podem levar a quadros de ansiedade, estresse e distúrbios psiquiátricos, como depressão e síndrome de burnout. Além disso, a produtividade e o desempenho dos colaboradores estão intimamente ligados ao clima organizacional e às condições oferecidas pelas empresas.

A especialista também destaca os impactos da pandemia de Covid-19 na saúde mental, já que as mudanças abruptas no modo de trabalhar e conviver trouxeram isolamento e dificuldades emocionais. Com a adoção de modelos remotos e híbridos, novos desafios surgiram, como a necessidade de estabelecer limites entre vida pessoal e profissional e o risco de solidão devido à redução da interação social.

A inclusão dos fatores psicossociais na regulamentação trabalhista foi resultado de discussões entre governo, sindicatos e empregadores. A implementação da nova norma será monitorada por uma comissão tripartite, com representantes desses setores.

Para Silvia Cury, é fundamental que cada profissional esteja atento às condições de trabalho, às relações com colegas e gestores, e ao equilíbrio entre demanda e tempo disponível. Todos esses aspectos influenciam diretamente na satisfação e no bem-estar mental do trabalhador.

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