Bloco promete reunir 30 mil foliões na Orla da Ponte JK

A diversidade cultural, muito bem representada no desfile das “Virgens da Asa Norte”, volta à Orla da Ponte JK neste 1º de fevereiro de 2020. A folia, com início às 14h, convida o brasiliense a brincar ao som de levadas carnavalescas bem brasileiras.

Do frevo ao samba, passando pelo carimbó até o pop, o fervo terá como estrela principal Dona Onete. A ‘Rainha do Carimbó’ apresenta o show, ainda inédito em Brasília, de seu mais recente lançamento – “Rebujo”. O álbum está na lista dos 5 mais tocados na cena World Music da Europa. Outras atrações também sobem ao palco para comandar a animação, que vai entrar noite adentro.

Às vésperas do Carnaval brasiliense de 2011, amigos se juntaram para soltar, nas ruas da capital, um ‘grito’ para os festejos de Momo. E foi de uma troça pernambucana que veio a inspiração, o bloco Virgens do Bairro Novo. Quando homens vestidos de mulher tomam as ruas de Olinda em um descontraído folguedo.

Naturais de diferentes regiões do Brasil, esse grupo de velhos e bons amigos, acompanhados de outros foliões, saíram entre os blocos e quadras da jovem cidade. Distribuindo alegria e irreverência, se intitularam de as “Virgens da Asa Norte”.

Assim nasceu o bloco, que se mistura com a identidade da Capital Federal. Plural, diversa, cheia de vida, ‘diferentona’ e que acolhe a todas e todos sem distinção. Hoje, 10 anos depois, o “Virgens da Asa Norte” já é um dos mais queridos da cidade.

Das primeiras saídas, em cortejos de algumas centenas de brincantes no Setor Bancário Norte, a folia só cresceu. Seguiu para o Conic, em 2017, e no ano seguinte para o Complexo Cultural da República. A animação, nestes dois anos, foi comandada de cima de em Trio Elétrico.

Em 2019, após ter colorido o coração da cidade, aportou às margens do Lago Paranoá, com vista para um dos cartões postais – a Ponte JK. Edição que reuniu 25 mil bufões irreverentes de toda sorte, idades e identidades, que brincaram respeitando a diversidade e onde o assédio ficou de fora.

O público é formado por todos os arranjos de famílias e proporcional entre homens e mulheres. “Muitos trazem seus filhos e os foliões sentem-se à vontade e seguros para mergulharem na magia do Carnaval em sua plenitude”, descreve Henrique Aragão, um dos idealizadores e organizadores. E ressalta, “a comunidade LGBTQIA+, inclusive, se sente bem representada na diversidade e descontração do bloco”.

Neste 10º ano consecutivo das “Virgens da Asa Norte”, o bloco volta a ocupar a Orla da Ponte JK. Onde os brasilienses e turistas poderão brincar o Carnaval em meio a uma energia de paz, respeito e empatia, acolhidos por um cenário que é a cara de Brasília.

Para este aniversário do bloco, que coincide com os de 60 anos de Brasília, os organizadores pretendem alcançar a utopia de Lúcio Costa e Burle Marx. “Iremos transformar a Capital Federal em Capital de Carnaval, por um dia”, sugere Angelica Fornazier, também idealizadora e organizadora do bloco.

Todas as características multiculturais de Brasília, segundo Angelica, estarão representadas no desfile. “Os foliões se encontrarão imersos em uma grande celebração à diversidade cultural com direto a bateria, orquestra de frevo e cantor pop”, adianta.

Entre as atrações para este 10º desfile das “Virgens da Asa Norte”, estão: Dona Onete, acompanhada de banda, trazendo do Pará o carimbó, o banguê, o bolero e muito mais; Ruth Venceremos, como apresentadora do bloco. Ruth é a Drag Queen de Erivan Hilário, um dos fundadores do coletivo Distrito Drag; o Grupo Percussivo PATUBATÊ, um dos mais atuantes no Carnaval de Brasília e que desfila no bloco desde 2012; a Orquestra Popular Marafreboi, composta por 18 tocadores de frevo e que, entre suas apresentações fora da cidade, já desfilou no Galo da Madrugada, no Recife; o cantor brasiliense Biduh, que embala o público com hits dançantes e muita coreografia; e, nos intervalos das apresentações, os DJs Kylie Kiss e Igor Fearn.

Dona Onete, crédito: Adriano Fagundes

Aos 80 anos, Dona Onete, a Rainha do Carimbó, se reinventa em “Rebujo”. O disco, é uma obra viva experimental. É simplicidade primorosa de sonoridade regional, com guitarra destorcida floreando algumas músicas. Nas letras, a poesia imagética de Onete estão impregnadas dos animais e plantas da floresta amazônica e do linguajar caboclo. “Mexe Mexe”, faixa que abre o álbum, é um banguê com uma pegada funk e maculelê. “Vem Chamegar” é uma cumbia cabocla. Há ainda o samba “Musa da Babilônia”, inspirado numa cena do Rio de Janeiro e que contou com participação de BNegão.

Daniela Gonçalves, coordenadora de produção e também uma das idealizadoras das “Virgens da Asa Norte”, define o bloco como a reunião de ‘minorias’, que “juntas e juntos somos maioria, somos fortes e representamos a resistência sincera que se propõe a mudar a realidade deste planeta”, acentua. “Saímos às ruas para levar alegria e harmonia, em face ao caos segregador posto pelo atual governo”, conclui Daniela.

Esse projeto é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do DF – fomento do FAC – e conta com recursos de Emenda Parlamentar do projeto “Carnaval de Todas as Cores”, do Deputado Distrital Fábio Félix (PSol/DF).

Programação:

DJ Kylie Kiss, Biduh, Dona Onete, DJ Igor Fearn, Concurso e eleição da “Rainha das Virgens da Asa Norte”, Orquestra Marafreboi e PATUBATÊ.

 

Serviço:
Bloco de pré-carnaval: “As Virgens da Asa Norte”
Local: Orla da Ponte JK
Dia: 1º de fevereiro de 2020
Horário: das 14h às 21h
Entrada franca
Classificação indicativa: Livre para todos os públicos
Informações: (61) 8509-1756 (WhatsApp) ou virgensdaasanorte@gmail.com
Acompanhe nas redes em: @virgensdaasanorte no Facebook e Instagram
Confirme presença e saiba das novidades: facebook.com/events/586495202174749/

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