
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta semana a imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados, medida que entrará em vigor no próximo dia 1º de agosto. A decisão, tomada pelo presidente Donald Trump, já começa a repercutir no comércio exterior brasileiro, com especialistas alertando para possíveis perdas anuais de até US$ 17 bilhões nas exportações do país.
De acordo com Rogério Marin, CEO da Tek Trade e presidente do Sindicato das Empresas de Comércio Exterior de Santa Catarina (Sinditrade), a medida pode reduzir em 42% as vendas brasileiras para os EUA, afetando setores como petróleo, aço, aeronaves, café e carne bovina. Em valores absolutos, o prejuízo pode variar entre US$ 12 bilhões e US$ 17 bilhões, o equivalente a até 5% do total exportado pelo Brasil.
Além do impacto direto nas exportações, Marin destaca um risco ainda maior: a possível queda no Investimento Estrangeiro Direto (IED). Os Estados Unidos são responsáveis por 25% dos investimentos estrangeiros no Brasil, com um estoque acumulado de US$ 300 bilhões. “Sem esse fluxo de capital, a modernização da infraestrutura e o desenvolvimento de setores estratégicos, como tecnologia e energia, ficam comprometidos”, explica.
A região Sul do país deve ser uma das mais afetadas. Responsável por quase 30% das exportações brasileiras para os EUA, os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul podem sofrer perdas anuais entre US$ 1,6 bilhão e US$ 2,3 bilhões. Setores como carnes, madeira, móveis e produtos químicos serão os mais prejudicados.
Diante do cenário, Marin defende uma solução diplomática para evitar danos prolongados à economia brasileira. “Esta não é uma tarifa econômica, mas política, e exige uma resposta estratégica para proteger nossos interesses comerciais e de investimentos”, conclui.
Enquanto isso, o mercado interno também pode sentir os efeitos, com possíveis quedas nos preços de produtos como café, devido à dificuldade de redirecionamento para outros mercados. As autoridades brasileiras ainda não se pronunciaram oficialmente sobre medidas de retaliação ou negociações para reverter a decisão americana.




















