O faturamento em 2023 foi R$ 194,7 bilhões, representando o maior valor já registrado pelo segmento
Após o período de pandemia de Covid-19, o setor de shopping centers recebeu uma notícia animadora: em 2023, o faturamento bateu recorde e registrou R$ 194,7 bilhões. O valor foi divulgado nesta semana pelo Censo Brasileiro de Shopping Centers 2023-2024 da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers). A marca alcançada é a maior registrada pelo segmento.
Os dados do censo mostram que houve crescimento de 1,5% em comparação ao ano anterior, quando o setor movimentou R$ 191,8 bilhões. O resultado também superou a marca de 2019, a maior até então, com R$ 192,8 bilhões faturados. As regiões Centro-Oeste e Sudeste foram as que mais cresceram em 2023, com altas de 2,1% e 1,7%, respectivamente.
Inaugurações
No ano passado, foram inaugurados cinco shopping centers, sendo dois no Sudeste, um no Sul, um no Centro-Oeste e um no Nordeste. elevando o número total de empreendimentos em operação para 639 shoppings. Em Área Bruta Locável (ABL), essa expansão representa um aumento de 1,9% sobre o ano de 2022, com um total de 17,8 milhões de metros quadrados, ante os 17,5 milhões apontados em 2022.
O número de lojas também cresceu e chegou a 121 mil, um acréscimo de 4,5% na comparação com 2022 (115 mil lojas). Com isso, a taxa de ocupação ao longo de 2023 alcançou 94,6%, ante o patamar de 94,4% em relação a 2022 e bem próxima da marca de 2019, a maior até então (95,3%).
O fluxo de clientes também foi positivo, apresentando um número médio de visitantes por mês de 462 milhões, um aumento de 4,3% em comparação a 2022, quando a média mensal foi de 443 milhões. As vagas de estacionamento registraram um crescimento de 1,9% em relação ao ano anterior, totalizando 1.056.633 unidades, assim como as salas de cinema, que cresceram 0,7% em 2022, somando 3.073 em todo o país ante as 3.051 salas registradas em 2022.
Postos de trabalho
Ao longo de 2023, o setor gerou 1,062 milhão de empregos diretos, alta de 1,8% em relação ao ano anterior (1,044 milhão).
Para o presidente da Abrasce, Glauco Humai, mesmo diante dos desafios macroeconômicos enfrentados pelo país, o setor revelou resiliência e capacidade de crescimento em diversos aspectos. “O maior comprometimento da renda de muitas famílias com dívidas bancárias, somado aos elevados patamares de juros e às dificuldades para quitar débitos, impactaram o comércio ao longo de boa parte do ano. Contudo, em contrapartida, o arrefecimento dos preços de alimentação, que resultou em um aumento da renda disponível da população, e o dinamismo observado no mercado de trabalho em 2023 foram fatores que proporcionaram um alívio para a população, influenciando positivamente os padrões de consumo ao longo do ano”, ressalta.
Para o executivo, “o crescimento observado reflete a resiliência e a capacidade adaptativa do setor de shopping centers diante dos desafios econômicos, consolidando-se como um indicador positivo para a vitalidade e recuperação contínua da economia brasileira”.