Projeto Luz, Som e Ação forma 60 mulheres em cursos técnicos de Roadie e Iluminação no DF

Foto: Gabriela Pires

Iniciativa promove inclusão de mulheres, incluindo pessoas com deficiência, em áreas técnicas da cultura com apoio do FAC-DF

O projeto Luz, Som e Ação concluiu sua primeira edição com um marco importante para a inclusão de mulheres em áreas técnicas da cultura no Distrito Federal. Ao todo, 60 alunas foram certificadas nos cursos gratuitos de Roadie e Técnica de Iluminação, realizados no Instituto Federal de Brasília (IFB) do Recanto das Emas e no Jovem de Expressão, em Ceilândia.

A iniciativa é da Guia Acessibilidade Inclusiva e contou com o apoio do Fundo de Apoio à Cultura do DF (FAC-DF), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. Com 116 mulheres inscritas de 20 Regiões Administrativas do DF, o projeto reafirma o papel das políticas públicas na redução das desigualdades de gênero no setor cultural.

Inclusão e diversidade em foco: mulheres e pessoas com deficiência em destaque

A maior parte das participantes tinha entre 25 e 34 anos (53,4%). As cidades com maior representatividade foram Ceilândia (19,8%) e Taguatinga (13,8%). Além disso, 13,5% das alunas eram pessoas com deficiência, o que garantiu a adoção de recursos de acessibilidade como audiodescrição e intérpretes de Libras ao longo da formação.

“Mais do que uma formação técnica, o projeto Luz, Som e Ação é um movimento pela equidade. Montar palco, operar luz ou som não é, e nunca foi, exclusividade de um grupo”, afirma Ellen Oliveira, idealizadora da iniciativa.

Formação técnica e transformação social

A facilitadora do curso de Iluminação, Zizi Antunes, destacou a relevância da capacitação:

“Este curso está formando novos talentos, preparadas para o mercado. Ele quebra o preconceito sobre a capacidade física da mulher e valoriza essa mão de obra qualificada.”

Alunas também relataram mudanças pessoais e profissionais. Clara Lua, aluna de Roadie, afirmou:

“Pela minha vontade, o curso teria mais aulas. Eu continuaria aprendendo.”

Já Rafaela Xavier destacou a importância do ambiente exclusivamente feminino:

“Saí sabendo por onde começar a me inserir na área, e o ambiente só de mulheres foi fundamental para me sentir confiante.”

Para Mariana Aguiar, da turma de Iluminação, a experiência foi reveladora:

“Entrei sem nenhuma noção e hoje vejo a luz como ferramenta artística.”

Economia criativa do DF demanda mais profissionais qualificados

O projeto Luz, Som e Ação surge em um momento em que o Distrito Federal se consolida como polo da economia criativa. Segundo o Mapeamento da Indústria Criativa 2025, da Firjan, Brasília é hoje o maior centro produtivo fora do eixo Rio-São Paulo, com destaque para áreas como audiovisual, música, artes cênicas e expressões culturais.

De acordo com dados do Sebrae-DF, são mais de 130 mil trabalhadores formais na economia criativa do DF, movimentando cerca de R$ 10 bilhões por ano.

“Esse mercado aquecido demanda mão de obra especializada, e as alunas do Luz, Som e Ação estão prontas para ocupar esses espaços”, conclui Ellen Oliveira.