Ministério da Saúde amplia acesso à terapia dupla para HIV no SUS

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O Ministério da Saúde anunciou a ampliação do tratamento com terapia dupla para pessoas vivendo com HIV/aids no Sistema Único de Saúde (SUS). Por meio da Nota Técnica nº 91/2025, a pasta atualizou os critérios para indicação do esquema terapêutico com dolutegravir (DTG) + lamivudina (3TC) em dose fixa combinada (comprimido único). A medida elimina a necessidade de os pacientes estarem previamente em uso dos medicamentos em comprimidos separados, como era exigido anteriormente.

A mudança permite que pacientes elegíveis – com idade superior a 40 anos, carga viral indetectável (inferior a 50 cópias/mL), adesão regular ao tratamento, ausência de falha virológica prévia e indicação médica – façam a transição direta para a terapia dupla, independentemente da data de início do tratamento. A expectativa é que milhares de pessoas sejam beneficiadas com a simplificação do regime terapêutico.

Vantagens da terapia dupla

A terapia dupla oferece benefícios como redução do número de comprimidos, menor toxicidade, menos interações medicamentosas e menor risco de efeitos adversos. Além disso, contribui para melhorar a adesão ao tratamento, fator crucial para o sucesso da terapia antirretroviral. O medicamento utilizado, Dovato (desenvolvido pela GSK/ViiV Healthcare em parceria com Farmanguinhos/Fiocruz), é distribuído gratuitamente pelo SUS e consiste em uma dose diária única.

Manejo de viremia baixa

A Nota Técnica nº 142/2025 complementa as orientações, abordando o manejo de casos com viremia baixa (inferior a 500 cópias/mL). O documento reforça que a detecção esporádica de carga viral baixa não configura falha virológica e não compromete a eficácia do tratamento com DTG+3TC. Dados indicam que a terapia dupla apresenta menor frequência de viremia entre 50 e 200 cópias/mL comparada a outros esquemas.

Impacto no cenário nacional

Atualmente, cerca de 850 mil pessoas recebem terapia antirretroviral no Brasil, das quais mais de 190 mil já utilizam terapia dupla. A ampliação do acesso reforça o compromisso do SUS em oferecer tratamentos modernos e eficazes, alinhados às evidências científicas e às necessidades dos pacientes.

A iniciativa consolida o papel do Brasil como referência global no combate ao HIV/aids, garantindo qualidade de vida e longevidade às pessoas vivendo com o vírus.