GDF regulariza 780 imóveis rurais e garante segurança jurídica a famílias do campo

regularização fundiária rural DF 2025
Orlando de Azevedo, produtor de jabuticaba teve sua terra regularizada.Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília

Iniciado em 2023, programa de regularização fundiária já formalizou imóveis em diferentes regiões do DF e prevê novas ações nos próximos meses

O Governo do Distrito Federal (GDF) já regularizou 780 imóveis rurais desde o início do programa de regularização fundiária rural, em 2023. Apenas entre janeiro e julho de 2025, foram 200 regularizações, com diferentes instrumentos jurídicos, segundo a Empresa de Regularização de Terras Rurais (ETR).

A iniciativa leva segurança jurídica a produtores do campo e fortalece o acesso ao crédito e à permanência das famílias em áreas produtivas.

Processo mais ágil e presença ativa da administração

De acordo com o presidente da ETR, Cândido Teles de Araújo, o processo atual é mais rápido e menos burocrático. Antes, um contrato exigia até 28 etapas. Agora, basta que o ocupante esteja na área e desenvolva atividade rural ou ambiental.

Outro avanço, segundo ele, foi a mudança de postura do Estado, que passou a convocar os produtores por meio de editais de chamamento público. Isso já beneficiou mais de 500 famílias e ajuda a prevenir parcelamentos irregulares, grilagem e vendas ilegais de terras.

Novas áreas serão contempladas

Entre as ações em curso, a ETR lançou edital de chamamento para regularização da área chamada Contagem de São João, no Lago Oeste. A expectativa é atender mais de 540 famílias nos próximos 90 dias.

Tipos de concessão e impactos para o produtor rural

A regularização pode ser feita por meio de:

  • Concessão de Direito de Uso (CDU), que dispensa matrícula individualizada;
  • Concessão de Direito Real de Uso (CDRU), que exige matrícula e pagamento de ITBI;
  • Programa de Assentamento de Trabalhadores Rurais (Prat), voltado a áreas da reforma agrária da Terracap (2013-2014).

Desde 2023, o programa já formalizou:

  • 2023: 206 áreas (190 por CDU/CDRU e 16 por transferência);
  • 2024: 374 imóveis (283 por CDU/CDRU, 64 transferências e 27 pelo Prat);
  • Até julho de 2025: 200 regularizações (160 por CDU/CDRU, 30 transferências e 10 pelo Prat).

“É uma política de paz no campo. Com o documento, o produtor rural tem acesso a crédito subsidiado, como o FCO. Isso gera emprego, renda e desenvolvimento”, afirma Cândido Teles.

Depoimentos reforçam segurança e dignidade

O produtor de jabuticaba Orlando de Azevedo, presidente da Associação dos Produtores Pioneiros dos Caub I e II, afirma:

“Agora sim, é como ter um imóvel escriturado e registrado no nome. A gente pode construir, investir. Antes, a terra era do governo. Agora, é nossa.”

Gabriel de Jesus, produtor de leite e queijo, destaca:

“Agora vamos poder trabalhar com tranquilidade, sem medo de sermos retirados da terra.”

Já o agricultor José Gonzaga, que cultiva banana, afirma:

“Receber a terra e ter um título é algo que nos dá tranquilidade, inclusive para conseguir financiamento e dar segurança para a família.”

ETR Acerta: renegociação de dívidas

A ETR também lançou o programa ETR Acerta, que permite parcelamento em até 12 vezes, com isenção de multas e encargos. Mais de 700 famílias aderiram.

“Muitos produtores estavam inadimplentes porque os valores eram altos. Agora, regularizam sua situação e a ETR também consegue receber”, explicou Cândido.